Manipulação de emissões. Julgamento de ex-presidente da VW iniciou hoje
O julgamento do antigo presidente do grupo Volkswagen Martin Winterkorn pela sua alegada responsabilidade no escândalo de manipulação de emissões poluentes dos motores 'diesel' começou hoje, após nove anos e vários atrasos.
© Lusa
Economia Volkswagen
O Tribunal Regional de Braunschweig decidiu julgar o gestor num processo que reúne três acusações diferentes, nomeadamente fraude comercial, falso testemunho e manipulação de mercado, todas rejeitadas por Winterkorn, que afirma nunca ter tido conhecimento da fraude.
De acordo com um comunicado do tribunal, citado pela agência Efe, a primeira das acusações está relacionada com suspeitas de que os clientes foram defraudados relativamente ao desempenho dos seus veículos, que, contrariamente aos anúncios, apenas cumpriam os limites de emissões quando testados.
Esta alegada fraude abrangeu cerca de nove milhões de veículos vendidos na Europa e nos Estados Unidos entre 2006 e 2015, com prejuízos para os compradores estimados em várias centenas de milhões de euros, segundo a acusação.
Winterkorn, no entanto, não é acusado de ser responsável pela fraude durante todo este período, embora a acusação acredite que teve conhecimento, o mais tardar, em 2014.
Quatro outros antigos funcionários da Volkswagen foram acusados do mesmo crime e começaram a ser julgados já em 2021, mas o processo contra Winterkorn foi separado dos outros devido aos seus problemas de saúde.
O tribunal agendou pelo menos 90 sessões e, na melhor das hipóteses, o julgamento poderá terminar em setembro de 2025, se não houver atrasos.
O antigo executivo é também acusado de ter prestado falsos testemunhos durante uma declaração à câmara baixa do parlamento alemão (Bundestag), perante a qual testemunhou, em 2017, que não tinha conhecimento da manipulação de emissões até 2015.
A acusação de manipulação do mercado, por outro lado, refere-se ao facto de Winterkorn ter alegadamente evitado comunicar imediatamente o risco financeiro que a deteção da manipulação das emissões pelas autoridades americanas representava para o grupo automóvel, apesar de as autoridades americanas já o terem tornado público.
Pouco depois de rebentar o escândalo, que se estima ter custado ao maior construtor automóvel europeu mais de 32 mil milhões de euros até à data,
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demitiu-se do cargo.
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