Estes dados fazem parte do relatório que acompanha a proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

"No primeiro semestre de 2024, as exportações cresceram 2,7% em termos homólogos reais. Este valor é inferior ao crescimento das importações (3,6%), resultando num contributo negativo da procura externa líquida para o crescimento do PIB", lê-se no documento.

Para o aumento das exportações, a componente de bens contribuiu mais do que a componente de serviços, com, respetivamente, 1,6 pontos percentuais e 1,1 pontos percentuais.

Em 2024, as exportações deverão aumentar 2,5% em termos reais, uma desaceleração face a 2023 (3,5%) "devido ao crescimento mais moderado das exportações de serviços à medida que se dissipam os efeitos da recuperação pós-pandémica no turismo".

O Governo antecipa também uma aceleração das importações no segundo semestre, com um crescimento de 2,9% no conjunto do ano.

Já em 2025, as exportações vão evoluir em linha com a procura externa, acelerando para 3,5%.

Por sua vez, as importações vão acelerar em 2025 em resultado da procura adicional de bens e serviços importados.

"Assim, prevê-se que a procura externa dê um contributo aproximadamente nulo para o crescimento do PIB em 2024 e 2025", referiu.

O documento revela ainda que, no primeiro semestre de 2024, a capacidade de financiamento da economia ascendeu, situando-se em 3% do PIB (4.100 milhões de euros).

O aumento do excedente externo até junho deveu-se à maior capacidade de financiamento do setor privado e das administrações públicas.

"Perspetiva-se um aumento contínuo da capacidade de financiamento da economia portuguesa a longo horizonte, de 1,6% do PIB em 2023 para 3,3% e 3,6%, respetivamente, em 2024 e 2025. Esta evolução beneficia do recebimento de fundos europeus, com impacto muito significativo no saldo da balança de capital", adiantou.

O Governo entregou hoje no parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025.

Segundo o documento, o Governo prevê um excedente de 0,4% este ano e de 0,3% no próximo.

A proposta ainda não tem assegurada a sua viabilização na generalidade e a votação está marcada para o próximo dia 31.

Se a proposta de Orçamento do Governo PSD/CDS for viabilizada na generalidade com a abstenção do PS ou, em alternativa, com os votos favoráveis do Chega, será então apreciada na especialidade no parlamento entre 22 e 29 de novembro. A votação final global do Orçamento está prevista para 29 de novembro.

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