Hong Kong. EUA denunciam motivações políticas em julgamento de ativistas
Os Estados Unidos denunciaram hoje que 14 ativistas pró-democracia considerados culpados de subversão em Hong Kong foram alvo de processos com motivações políticas e anunciaram novas restrições de vistos a dirigentes locais e da China.
© Reuters
Mundo Hong Kong
"Os acusados foram sujeitos a processos com motivações políticas e presos simplesmente por se envolverem pacificamente em atividades políticas protegidas pela lei de Hong Kong", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, num comunicado.
Miller disse que o Departamento de Estado "está a tomar medidas para impor novas restrições à concessão de vistos a funcionários" da China e de Hong Kong "responsáveis pela aplicação da Lei de Segurança Nacional".
Um tribunal de Hong Kong considerou na quinta-feira os 14 ativistas culpados de subversão. As sentenças serão tornadas públicas ainda este ano.
O tribunal terá ainda de decidir sobre outros 31 acusados no mesmo processo, no maior julgamento realizado em Hong Kong ao abrigo da lei de segurança nacional.
Os ativistas foram acusados por terem realizado primárias não oficiais em 2020 para selecionar candidatos da oposição ao parlamento local.
A lei da segurança nacional foi imposta pelo Partido Comunista Chinês a Hong Kong em 2020, após manifestações em grande escala a exigir eleições na antiga colónia britânica.
No final de março, os Estados Unidos da América (EUA) já tinham anunciado a imposição de restrições de vistos aos funcionários do território semi-autónomo chinês, após a entrada em vigor da lei.
A lei de segurança nacional imposta pela China prevê penas de prisão perpétua para crimes como a traição e a insurreição.
"Em vez de impor sentenças severas que iriam corroer ainda mais a confiança no sistema judicial de Hong Kong, as autoridades de Hong Kong deveriam libertar imediatamente estes indivíduos injustamente detidos", disse o porta-voz da diplomacia norte-americana.
Miller exortou o Governo da República Popular da China e as autoridades do território "a defender a independência judicial de Hong Kong".
Washington quer também que seja posto termo "à utilização de leis vagas em matéria de segurança nacional para travar a dissidência pacífica".
Exortou também as autoridades chinesas e locais "a restabelecer a abertura que foi tão crucial para a vitalidade e a competitividade de Hong Kong enquanto centro internacional de negócios".
Um porta-voz do comissário da diplomacia chinesa em Hong Kong advertiu na quinta-feira a comunidade internacional de que deve deixar "imediatamente de interferir nos assuntos internos da China".
O Reino Unido, os Estados Unidos e outros países ocidentais criticaram Pequim por restringir as liberdades prometidas quando a antiga colónia britânica foi devolvida à China em 1997.
Os críticos consideram que a lei de segurança nacional contraria o acordo sino-britânico, segundo o qual Hong Kong manteria o modo de vida, incluindo direitos e liberdades, até 2047.
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