O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, lamentou ter regressado ao país logo a seguir a um evento na Normandia, em França.

A polémica instalou-se na quinta-feira depois de Sunak ter marcado presença num evento de veteranos, onde se assinalavam os 80 anos dos desembarques na Normandia.

Sunak regressou ao Reino Unido para gravar uma entrevista no âmbito das eleições legislativas, marcadas para 4 de julho - faltando a uma das cerimónias principais, na Praia de Omaha, onde estavam o presidente de França, Emmanuel Macron, e também o seu homólogo norte-americano, Joe Biden. Na sua ausência, o governo britânico esteve representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, David Cameron, e pelo ministro da Defesa, Grant Shapps. Também o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, que é favorito para suceder a Sunak nas eleições legislativas de 4 de julho, esteve presente.

A entrevista em causa, dada à ITV News, só deverá ser transmitida na próxima quarta-feira.

O chefe de governo britânico foi rapidamente criticado pela oposição, que o acusou de "envergonhar" o gabinete. Jonathan Ashworth, do Partido Trabalhista, acusou Sunak de priorizar "as suas aparições na televisão por vaidade em detrimento dos veteranos".

Já o líder do partido Liberais Democratas, Ed Davey, disse que Sunak "envergonhou" o gabinete, assim como "desiludiu o país".

A polémica instalou-se na quinta-feira, mas, na manhã desta sexta-feira, Sunak recorreu às redes sociais para justificar as suas ações, referindo que não queria que as comemorações do Dia D fossem "ofuscadas pela política", pedindo desculpa.

"O 80.º aniversário do Dia D foi um momento profundo para honrar os homens e mulheres corajosos que arriscaram as suas vidas para proteger os nossos valores, a nossa liberdade e a nossa democracia. Este aniversário deve ser dedicado àqueles que fizeram o derradeiro sacrifício pelo nosso país. A última coisa que eu quero é que as comemorações sejam ofuscadas pela política", começou por escrever na rede social X (antigo Twitter).

Sublinhou também que se preocupa "bastante com os veteranos" e que fica muito honrado "nos últimos dias" em "representar o Reino Unido" em eventos em Portsmouth [Reino Unido] e França.

"Após o fim do evento britânico na Normandia, regressei ao Reino Unido. Pensando bem, foi um erro não ter ficado mais tempo em França - e peço desculpa", rematou.

The 80th anniversary of D-Day has been a profound moment to honour the brave men and women who put their lives on the line to protect our values, our freedom and our democracy.

This anniversary should be about those who made the ultimate sacrifice for our country. The last thing…

— Rishi Sunak (@RishiSunak) June 7, 2024

Desculpas... outra vez

Rishi Sunak tem estado no centro de várias polémicas nas quais tem sido 'obrigado' a pedir desculpa. Já este ano, o chefe de governo britânico foi alvo de críticas por ter usado um par de sapatilhas Adidas Samba. Acusado de ter "arruinado" o calçado, o governante britânico fez questão de apresentar um "pedido de desculpas à comunidade Samba".

"Numa tentativa de se apresentar como jovem e moderno... Sunak pegou numas sapatilhas eternamente fixes e arruinou-as para todos", criticou, em abril passado, a revista de moda QG.

Mas se é criticado por usar algo, como as sapatilhas, também é alvo de críticas por ser 'apanhado' sem o conto de segurança. No ano passado, Sunak teve de pedir desculpas ao público do Reino Unido, depois de um vídeo mostrá-lo a viajar sem cinto de segurança.

Um porta-voz do gabinete de Rishi Sunak afirmou na altura que este "aceita completamente que isto foi um erro e pede desculpas", acrescentando que o chefe de governo do Reino Unido "acredita que toda a gente deve usar cinto de segurança". A multa para a falta de cinto de segurança no Reino Unido são 500 libras (cerca de 570 euros).

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