Autoridades alemãs proíbem associação salafista e mesquita será fechada
As autoridades alemãs interditaram hoje a associação salafista Comunidade Muçulmana de Língua Alemã (DMG) na cidade de Braunschweig e ordenaram o encerramento da mesquita associada, por considerarem que as atividades da organização são dirigidas contra a ordem constitucional.
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Mundo Alemanha
Segundo a revista "Der Spiegel", a polícia está a revistar a mesquita da DMG em Braunschweig, no centro norte da Alemanha, desde as primeiras horas da manhã, bem como um total de oito propriedades na Baixa Saxónia e em Berlim.
A mesquita é conhecida há anos pelos seus sermões salafistas radicais, embora no portal da associação se afirme que não pertence a nenhum grupo extremista nem a nenhuma outra seita e que respeita a legislação alemã.
No entanto, o Gabinete para a Proteção da Constituição - a agência de espionagem interna - afirma no seu relatório de 2022 que a associação - ou, na sua falta, a mesquita - "desempenha um papel central na rede suprarregional de atividades salafistas, convidando pregadores relevantes e tornando as suas apresentações acessíveis a um grande número de espetadores através dos seus vários canais online".
Assim, por exemplo, dois imãs salafistas, cujas casas em Berlim foram revistadas hoje, viajavam regularmente da capital alemã para Braunschweig, na Baixa Saxónia, para aí pregarem, acrescenta o "Der Spiegel".
Além dos 250 a 300 fiéis que frequentam a mesquita, entre 60.000 e 70.000 seguidores seguem as tradicionais orações de sexta-feira no YouTube.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, congratulou-se, numa declaração, com a "ação coerente" da líder regional, Daniela Behrens, contra os islamistas e com as medidas duras tomadas pelas autoridades da Baixa Saxónia contra a cena salafista, proibindo a organização.
"Isto mostra, mais uma vez, que os governos federal e estadual estão a agir de forma decisiva contra os inimigos da nossa sociedade aberta", afirmou Faeser.
"Não toleramos grupos que radicalizam os jovens e recrutam novos islamistas. Não toleramos os pregadores salafistas que espalham o ódio contra os judeus, as mulheres e o nosso modo de vida liberal", acrescentou.
Faeser alertou para o facto de a cena salafista continuar a ser a base ideológica do 'jihadismo', sublinhando a importância de uma ação coerente, acrescentando que os serviços secretos nacionais "prestam especial atenção a esta ameaça".
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