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AIEA confirma: Irão instalou centrifugadoras de enriquecimento de urânio

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou que o Irão instalou mais centrifugadoras de enriquecimento de urânio nas suas instalações de Fordo e Natanz, noticiou hoje a imprensa internacional.

AIEA confirma: Irão instalou centrifugadoras de enriquecimento de urânio
Notícias ao Minuto

12:06 - 14/06/24 por Lusa

Mundo AIEA

"O diretor-geral da organização, Rafael Grossi, informou os Estados-membros da organização na quinta-feira sobre os novos desenvolvimentos nas atividades do Irão em relação ao enriquecimento" de urânio, afirmou hoje um porta-voz da AIEA em declarações à agência de notícias Europa Press.

Segundo o porta-voz, os inspetores da AIEA verificaram em 10 de junho na central piloto de enriquecimento de combustível de Natanz que o Irão estava a alimentar hexafluoreto de urânio empobrecido (UF6) em três cascatas, uma das 20 centrífugadoras IR-4, uma das 20 centrífugadoras IR-6 e uma das 20 centrífugadoras IR-6, para produzir UF6 enriquecido em até 2% de urânio-235 (U-235)".

"O Irão informou a agência em 10 de junho sobre os seus planos de instalar 18 cascatas de centrífugas IR-2m em Natanz", disse o porta-voz, antes de revelar que Teerão também informou à agência que instalará oito cascatas com centrífugas IR-2m 6 em Fordo "nas próximas três ou quatro semanas".

Finalmente, o porta-voz da AIEA observou que "os inspetores da agência verificaram em 11 de junho que o Irão havia concluído a instalação de centrífugas IR-6 em duas das cascatas e que a instalação de centrífugas IR-6 em quatro cascatas adicionais já estava em andamento nas instalações de Fordo".

A confirmação da AIEA sobre as atividades do Irão levou o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, a sublinhar que o documento da agência "deixa claro que o Irão procura continuar a expandir o seu programa nuclear de uma forma que não tem nenhum objetivo pacífico credível".

"Estas ações planeadas minam ainda mais as afirmações do Irão" sobre o seu programa nuclear ter fins pacífico, acrescentou Miller.

Desta forma, Miller sublinhou que os Estados Unidos "responderão" se o Irão executar os seus planos e sublinhou que o Governo iraniano "deve cooperar sem demora com a AIEA para implementar plenamente as suas obrigações de salvaguardas, que são juridicamente vinculativas".

"Até que o Irão o faça, o Conselho de Governadores da AIEA continuará a responsabilizá-los. Permanecemos em estreita coordenação com os nossos parceiros e aliados e estamos preparados para continuar a aumentar a pressão sobre o Irão se a sua falta de cooperação com a AIEA continuar", referiu, de acordo com um comunicado publicado pelo Departamento de Estado dos EUA através de seu portal.

As autoridades iranianas confirmaram na quinta-feira que tomaram "medidas sérias" em resposta à resolução do Conselho de Governadores da AIEA, que Teerão chamou de "não construtiva". Segundo informações recolhidas pela agência de notícias iraniana Mehr, a Agência de Energia Atómica do Irão (AEAI) começou a adotar estas medidas em Natanz e Fordo, sem dar mais detalhes.

O chefe da AEAI, Mohamad Eslami, já tinha alertado que as autoridades iranianas "iriam reagir" no caso de uma resolução de condenação e confirmou que Teerão está a "reduzir" os seus compromissos com a AIEA, em linha com um lei aprovada pelo Parlamento para reduzir estes compromissos se os restantes signatários não cumprirem a sua parte do acordo nuclear de 2015.

Na semana passada, o Conselho de Governadores da AIEA aprovou uma resolução, elaborada por França, Alemanha e Reino Unido, signatários do histórico acordo nuclear de 2015, prejudicados pela decisão dos Estados Unidos de se retirarem unilateralmente dele em 2018. A votação terminou com 20 votos a favor e dois contra - Rússia e China, também signatárias do referido acordo.

O Irão anunciou o rompimento dos seus compromissos em vários pontos do acordo nuclear de 2015, embora tenha defendido que estes passos podem ser revertidos se os Estados Unidos retirarem as suas sanções e reaplicarem as cláusulas do acordo histórico. No entanto, os contactos ainda não conduziram a uma reaproximação.

Leia Também: Irão continua a aumentar as suas capacidades nucleares, denuncia AIEA

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