Hungria assume presidência rotativa da UE para tornar "Europa Grande"
A Hungria do controverso primeiro-ministro húngaro Viktor Órban vai assumir, a partir de segunda-feira e até final de dezembro, a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), com o mote "Tornar a Europa Grande de Novo".
© Sean Gallup/Getty Images
Mundo Hungria
Numa altura em que a UE atravessa mudanças nas instituições com o novo mandato pós-eleições europeias e em que os Estados-membros se veem confrontados com desafios como a competitividade, a defesa e as migrações, a Hungria sucede à Bélgica na presidência rotativa do Conselho.
"Tornar a Europa Grande de Novo" é o mote desta presidência europeia rotativa, semelhante ao 'slogan' e movimento político norte-americano popularizado por Donald Trump durante a sua bem-sucedida campanha presidencial de 2016.
Esta escolha surge a poucos meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro, e quando o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, tem conhecidas boas relações com Donald Trump, que pode voltar a ser Presidente dos Estados Unidos.
Porém, o governo húngaro já veio rejeitar qualquer semelhança, falando antes na "ideia de que a Europa é capaz de se tornar um ator global", no âmbito desta "presidência ativa" da Hungria.
O logótipo escolhido contém um cubo de rubik com as cores da UE (azul e amarelo, das estrelas da bandeira) e da bandeira húngara (vermelho, branco e verde).
No programa da presidência húngara, lê-se que "a Hungria assume a Presidência do Conselho da União Europeia num momento de circunstâncias e desafios extraordinários".
"O nosso continente está a enfrentar desafios comuns devido à guerra na nossa vizinhança, ao atraso cada vez maior da UE em relação aos seus concorrentes mundiais, a uma situação de segurança frágil, à migração ilegal, à vulnerabilidade das cadeias de abastecimento internacionais, às catástrofes naturais, aos efeitos das alterações climáticas e ao impacto das tendências demográficas", elenca Budapeste no documento.
Além disso, como 2024 é um ano de transição, "a presidência húngara terá de assegurar a continuidade do trabalho no Conselho, em cooperação com um Parlamento Europeu e uma Comissão Europeia recém-criados, e terá de iniciar a implementação da Agenda Estratégica 2024-2029, que estabelece as orientações a longo prazo para o trabalho futuro da União", acrescenta.
Por essa razão, "a presidência húngara e a Europa devem estar preparadas para o facto de que as guerras, os conflitos armados, as crises humanitárias no mundo e as suas consequências continuarão a desafiar o continente na segunda metade de 2024", sublinha.
A Hungria promete, ainda, em informações na sua nova página da internet "atuar como um mediador honesto numa cooperação fiel com os Estados-membros para alcançar a paz, a segurança e a prosperidade na Europa num período difícil".
Entre as prioridades estão um novo pacto europeu de competitividade, o reforço da política europeia de defesa, o combate à migração ilegal, o delineamento do futuro da política de coesão, uma política agrícola da UE centrada na economia e a demografia.
Depois da Hungria, será a Polónia a ocupar a presidência semestral da UE no primeiro semestre de 2025, seguindo-se a Dinamarca na segunda metade desse ano.
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