O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá dito a um aliado que está a avaliar se deve concorrer contra Donald Trump nas eleições de novembro, segundo avançou o jornal The New York Times.
Embora o "aliado importante", cuja identidade não foi revelada pelo jornal, tenha sublinhado que Joe Biden "ainda está profundamente envolvido na luta pela reeleição", o chefe de Estado entende que as suas próximas aparições na televisão e em eventos públicos "têm de correr bem".
Até agora, o presidente manteve-se publicamente firme na continuação da sua campanha de reeleição para a Casa Branca, apesar das críticas do seu próprio partido após um desempenho amplamente criticado durante o debate da semana passada contra Donald Trump, o rival republicano.
Após a publicação do artigo do New York Times, Andrew Bates, porta-voz da Casa Branca, rejeitou as declarações do "aliado", dizendo ser tudo "absolutamente falso".
Um dos principais conselheiros de Biden, que também falou com o New York Times sob condição de anonimato para discutir a situação, disse que o chefe de Estado estava "bem ciente do desafio político que enfrenta".
Além disso, admitiu que "quase adormeceu" durante o primeiro debate presidencial contra Donald Trump, na semana passada, atribuindo o seu fraco desempenho à exaustão provocada por várias viagens nos dias anteriores.
Biden, de 81 anos, disse que "não tinha sido muito inteligente" por ter viajado muito nas semanas que antecederam o evento, em Atlanta, onde teve um mau desempenho, ao ponto de amigos (e inimigos) lhe terem dito para desistir da corrida à Casa Branca.
"Decidi viajar ao redor do mundo, passando por cerca de 100 fusos horários. Não dei ouvidos à minha equipa, voltei e quase adormeci no palco. Isso não é desculpa, mas é uma explicação. Não tive a minha melhor noite", afirmou Biden num evento de campanha, junto de apoiantes, no estado norte-americano na Virgínia.
As autoridades da Casa Branca atribuíram a sua fraca prestação a um resfriado, mas Biden não mencionou a doença.
De recordar que o atual presidente e o seu antecessor não se falavam desde o último debate, realizado semanas antes da eleição presidencial de 2020.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, surgiu com problemas de voz, respostas incoerentes e lapsos verbais no primeiro debate com o rival republicano Donald Trump, que, mais enérgico, abusou de afirmações falsas sobre economia, imigração ilegal e outros temas.
Lusa | 06:46 - 28/06/2024
Trump não compareceu à tomada de posse de Biden após liderar um esforço sem precedentes e mal-sucedido para reverter a sua derrota eleitoral, que culminou na insurreição do Capitólio em 06 de janeiro de 2021 pelos apoiantes do republicano.
Este primeiro debate presidencial de 2024 teve a duração de 90 minutos, com dois intervalos comerciais, e decorreu num estúdio do canal CNN em Atlanta, estado da Geórgia, com a moderação dos jornalistas Jake Tapper e Dana Bash.
O debate, que colocou frente-a-frente Biden e Trump pela primeira vez em quatro anos, aconteceu num momento em que as sondagens mostram uma disputa acirrada entre os dois candidatos e quando faltam menos de cinco meses para as eleições presidenciais.
Para evitar a repetição das cenas caóticas registadas em debates anteriores, foram ditadas regras incomuns, como um debate sem público, o silenciamento dos microfones quando o candidato rival estiver a falar ou a proibição dos candidatos trocarem ideias com a sua equipa durante os intervalos ou de levarem notas escritas para o palco.
Biden e Trump deverão voltar a enfrentar-se em 10 de setembro, num segundo debate organizado pela rede ABC News.
[Notícia atualizada às 17h19]
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