ONG pede a Minsk que trave execução de médico acusado de "terrorismo"
Uma plataforma de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos pediu hoje à Bielorrússia que não execute um cidadão alemão recentemente condenado à morte após ter sido julgado por terrorismo, extremismo e atividades mercenárias.
© Rico Krieger
Mundo Bielorrússia
Num comunicado, a Federação Internacional para os Direitos Humanos - que inclui mais de 180 organizações de defesa dos direitos humanos em todo o mundo - afirmou que apelou às autoridades bielorrussas para "que travem imediatamente a execução de Rico Krieger, independentemente das acusações, e que respeitem plenamente os direitos humanos internacionais na Bielorrússia, incluindo o direito à vida, o direito a não sofrer tortura e maus-tratos, o direito ao devido processo e a um julgamento justo".
Rico Krieger, um médico da Cruz Vermelha alemã, foi condenado à morte em 24 de junho num julgamento secreto, de acordo com o grupo bielorrusso de direitos humanos Viasna, declarado extremista pelo poder de Minsk.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha confirmou que um alemão foi condenado à morte, mas não forneceu mais pormenores.
A organização Viasna afirmou que Rico Krieger, de 30 anos, foi detido na Bielorrússia em novembro de 2023 e, posteriormente, foi acusado de ser mercenário, de realizar "atos de terrorismo" e da "criação de uma organização extremista".
#German citizen Rico Krieger has partially admitted guilt to one of six charges of "espionage activity" at his trial. He refused to testify further. pic.twitter.com/xHeSi0nBkw
— Tatsiana Khomich (@TatsianaKhomich) July 22, 2024
A Bielorrússia é o último país da Europa a aplicar a pena capital.
Recorrendo a armas de fogo, as execuções na Bielorrússia são caracterizadas por um grande secretismo: a data da execução não é tornada pública, os corpos dos prisioneiros não são devolvidos às suas famílias e não é dada qualquer informação sobre o local de enterro.
Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, apoiada pelo regime do líder bielorrusso Alexander Lukashenko, várias pessoas foram presas na Bielorrússia e acusadas de cometer atos de sabotagem em apoio a Kyiv.
Alexander Lukashenko acusa regularmente a Ucrânia e a oposição bielorrussa de procurarem desestabilizar o seu país, que serviu de base de retaguarda para o exército russo aquando do seu ataque a Kyiv há mais de dois anos.
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