Extintos "últimos focos" do incêndio na Somerset House em Londres
Os "últimos focos" do incêndio que deflagrou hoje no histórico edifício Somerset House, no centro de Londres e junto ao Rio Tamisa, foram extintos esta tarde, informaram os bombeiros da capital britânica.
© Getty Images
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Numa conferência de imprensa perto do edifício, a subcomissária dos Bombeiros de Londres, Keeley Foster, explicou que a antiguidade e o desenho do edifício foram um "desafio" para os mais de 125 bombeiros deslocados para o combate, que tiveram de realizar uma resposta "complexa e técnica" para enfrentar este incêndio, ainda de causas desconhecidas.
Keeley Foster disse que a propagação das chamas foi limitada graças à criação de corta-fogos no telhado da Somerset House -- a parte mais afetada pelo incêndio --, bem como com gruas e quatro escadas aéreas da brigada de bombeiros, incluindo uma escada técnica giratória de 64 metros.
A subcomissária dos Bombeiros de Londres indicou que as equipas de bombeiros têm realizado um trabalho "incrivelmente duro" sob um clima muito quente para proteger o edifício de maiores danos.
A responsável confirmou que não há indicação de feridos e adiantou que as equipas irão permanecer no local até domingo para realizar mais operações de rescaldo.
O diretor da Somerset House, Jonathan Reekie, disse que "ainda é muito cedo para comentar o estado do edifício", mas manifestou-se confiante de que, "graças ao esforço dos serviços de emergência", os danos fiquem circunscritos a parte do imóvel.
Algumas partes da Somerset House permanecerão fechadas ao público até novo aviso e "enquanto os bombeiros continuam as suas operações e investigações", mas outras áreas, como a galeria de arte e o Instituto Courtauld, reabrirão no domingo.
O incêndio começou na ala oeste do edifício, onde se situam maioritariamente os escritórios e outros serviços auxiliares da Somerset House, pelo que não afetou nenhuma das obras de arte existentes no imóvel.
A Galeria Courtauld, localizada na ala norte da Somerset House, tem uma coleção de pinturas famosas, entre as quais o "Autorretrato com orelha cortada" (1889), do pintor pós-impressionista holandês Vincent Van Gogh, bem como outras obras de Manet, Monet ou Cézanne, entre outros.
O edifício em causa, Somerset House, de estilo neoclássico, está classificado como Grau I pelo seu valor histórico e nacional e apenas 2,5% dos edifícios no Reino Unido obtêm esse estatuto, que partilha com o Palácio de Buckingham, as Casas do Parlamento ou a Tower Bridge em Londres.
Construído no século XVIII na margem norte do Rio Tamisa pelo arquiteto William Chambers sobre um palácio Tudor, o edifício abrigava originalmente escritórios governamentais, sociedades científicas e o gabinete naval.
Agora, reconvertido num centro cultural e de atração turística, o imóvel da Somerset House acolhe duas grandes coleções de arte, do Instituto de Arte Courtauld e a coleção Gilbert de Artes Decorativas e é a seda da Real Sociedade de Literatura britânica.
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