EUA instam Israel a evitar ataques contra elementos da ONU em Gaza
Os Estados Unidos instaram hoje Israel a "tomar medidas concretas" para parar com ataques contra funcionários da ONU, depois de um veículo do organismo ter sido atingido a tiro num posto de controlo do Exército israelita em Gaza.
© Yuki Iwamura/Bloomberg via Getty Images
Mundo Médio Oriente
O vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, adiantou hoje, no Conselho de Segurança, que Washington pediu ao aliado que "corrija os problemas dentro do seu sistema que permitem que isto aconteça".
Wood realçou que após quase onze meses de guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza, acontecimentos deste género são "muito frequentes".
"Estes incidentes não deverem acontecer. Israel deve assumir a responsabilidade pelos seus erros, mas também tomar medidas concretas para garantir que [as Forças Armadas de Israel, IDF) não voltem a disparar contra o pessoal da ONU", acrescentou.
A ONU revelou na quarta-feira que um veículo blindado do Programa Alimentar Mundial (PAM), claramente identificado e com as autorizações necessárias, foi atingido na véspera por dez vezes por fogo israelita.
O incidente, que ocorreu a poucos metros de um posto de controlo em Wadi Gaza, no centro do território palestiniano, não causou vítimas.
O PAM, denunciando uma ação "totalmente inaceitável", suspendeu desde então os movimentos do seu pessoal na Faixa de Gaza, continuando as suas operações, tanto quanto possível, através dos seus parceiros humanitários, destacou a ONU.
O Exército israelita indicou que o incidente estava "sob investigação" e garantiu que o Governo está "empenhado em melhorar a coordenação e a segurança com as organizações humanitárias".
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, deixando cerca de 1.200 mortos e levando mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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