Pretória "está determinada" no caso de genocídio contra Israel
O Presidente Cyril Ramaphosa anunciou hoje que a África do Sul está "determinada" em prosseguir com uma nova petição de genocídio contra Israel junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) no próximo mês de outubro.
© WIKUS DE WET/AFP via Getty Images
Mundo Cyril Ramaphosa
"Estamos determinados em avançar com o nosso caso, deveremos apresentar factos e provas ao tribunal da ONU no próximo mês", disse o chefe de Estado sul-africano em conferência de imprensa.
De acordo com Ramaphosa, Pretória vai apresentar em Haia, sede do TIJ, "um enorme volume de centenas e centenas de páginas".
"Continuamos a defender que o genocídio deve parar e que deve haver um cessar-fogo e, da mesma forma, deve haver o regresso dos reféns", insistiu o presidente sul-africano.
A África do Sul apresentou o caso em 29 de dezembro, na mais alta instância judicial da ONU, acusando Israel de genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza e pedindo ao tribunal que ordene a Israel que ponha termo aos seus ataques.
Pretória alegou que a ofensiva de Israel em Gaza, lançada em retaliação pelo sangrento ataque do grupo islamita Hamas em 7 de outubro, em território israelita, "violava" a Convenção das Nações Unidas sobre o Genocídio de 1948.
Israel negou veementemente o procedimento e a acusação de Pretória, denunciando uma "tentativa desprezível de negar a Israel" o "direito fundamental de se defender".
O caso da África do Sul recebeu o apoio de vários países, entre os quais a Colômbia, a Líbia, o México, a Espanha e a Turquia.
Desde o início do ano, a África do Sul tem apelado repetidamente ao TIJ para ordenar medidas provisórias contra Israel, face à catastrófica situação humanitária na Faixa de Gaza.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo as autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, mais de 100 dos quais se encontram ainda em cativeiro.
Pelo menos 41.118 palestinianos foram mortos na contraofensiva militar israelita, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas divulgados pela agência noticiosa AFP.
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