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Síria. Amnistia alerta para crise humanitária que atinge 8 mil deslocados

A organização Amnistia Internacional apelou aos Estados Unidos para que forneçam "urgentemente" ajuda humanitária a cerca de oito mil deslocados sírios que estão retidos numa zona sob controlo norte-americano, sem acesso a alimentos e água potável.

Síria. Amnistia alerta para crise humanitária que atinge 8 mil deslocados
Notícias ao Minuto

20/09/24 16:13 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Mundo Síria

A organização de defesa dos direitos humanos disse que a situação no campo de Rukban, na fronteira da Síria com a Jordânia e o Iraque, piorou drasticamente nos últimos meses, após o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, apertar o cerco à área.

 

Segundo a Amnistia, o último comboio de ajuda humanitária a receber permissão para passar chegou lá em setembro de 2019.

O exército dos EUA, que opera uma base nas proximidades, tem controlo efetivo sobre a área, e a organização sublinhou que Washington tem "a responsabilidade de garantir o direito das pessoas que vivem em Rukban a necessidades básicas como alimentos, água e cuidados médicos".

"É inconcebível que milhares de pessoas, incluindo crianças, estejam presas num deserto árido a lutar pela sobrevivência sem acesso a bens de primeira necessidade", afirmou Aya Majzoub, diretora adjunta da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África.

"As pessoas que vivem em Rukban são vítimas de um cerco brutal por parte do governo sírio, foram excluídas do direito de acesso a um refúgio seguro ou sofreram deportações ilegais às mãos das autoridades jordanas, perante a indiferença flagrante dos EUA", afirmou Majzoub.

Majzoub sublinhou que "o governo sírio deve levantar imediatamente o cerco à zona e permitir que as entregas de ajuda humanitária cheguem às pessoas que residem no campo".

Por outro lado, defendeu, "a comunidade internacional deve trabalhar para encontrar soluções sustentáveis para as pessoas no campo, como a reabertura da fronteira com a Jordânia ou a passagem segura para outras zonas da Síria onde estas pessoas não sofram violações dos direitos humanos".

Cerca de 80.000 pessoas estavam em Rukban antes de a Jordânia fechar a sua fronteira na zona em 2016, um número que caiu para cerca de 8.000 atualmente, uma vez que a maioria da população abandonou o campo devido às más condições. No entanto, Amã continua a deportar sírios para Rukban.

Mohamad al-Khalidi, membro do conselho político de Rukban, uma instituição de iniciativa comunitária, relatou que várias crianças morreram de fome.

"As nossas crianças estão a morrer. Ontem, um bebé morreu de subnutrição. Tinha apenas 21 dias de vida. Há um mês, morreram dois outros recém-nascidos", disse, numa declaração recolhida pela Amnistia.

A este respeito, Ruqaya, uma mulher residente no campo, afirmou estar "muito cansada" devido à situação e às más condições de vida.

"Financeiramente, emocionalmente e em todos os aspetos. Não consigo arranjar um pedaço de pão para os meus filhos durante todo o dia", sublinhou.

A maioria das pessoas que vivem no campo fugiram da violência perpetrada pelas forças de segurança sírias e seus aliados, bem como pelo grupo extremista Estado Islâmico. Muitos faziam parte da oposição ou tinham desertado das tropas sírias, segundo a Amnistia Internacional.

Majzoub sublinhou que "perante o sofrimento implacável, os Estados Unidos podem e devem fazer mais para resolver a devastadora crise humanitária em Rukban".

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