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Hong Kong. Condenar jornalistas é "ataque direto" à liberdade de imprensa

O consulado dos Estados Unidos em Hong Kong considerou hoje um "ataque direto" à liberdade de imprensa a condenação do antigo chefe de redação do Stand News a 21 meses de prisão.

Hong Kong. Condenar jornalistas é "ataque direto" à liberdade de imprensa
Notícias ao Minuto

26/09/24 15:50 ‧ Há 13 Horas por Lusa

Mundo Hong Kong

"A sentença proferida pelo tribunal de Hong Kong é um ataque direto à liberdade de imprensa", declarou um porta-voz da missão diplomática à agência noticiosa France Presse.

 

A mesma fonte solicitou às autoridades de Pequim e de Hong Kong que "deixem de prender jornalistas", depois de Chung Pui-kuen ter sido condenado por sedição, enquanto um outro jornalista foi libertado devido a questões de saúde e por ter cumprido prisão preventiva.

Os condenados foram os primeiros jornalistas condenados ao abrigo de uma lei de sedição desde que a antiga colónia britânica regressou ao domínio chinês em 1997.

Chung foi condenado a 21 meses de prisão, enquanto Lam foi igualmente condenado, mas saiu em liberdade, depois de a sua advogada ter indicado a dificuldade de tratamento da doença rara do seu cliente.

O Stand News foi um dos últimos em Hong Kong a criticar as autoridades, uma vez que Pequim impôs restrições depois dos grandes protestos pró-democracia em 2019.

O encerramento desta publicação ocorreu meses após o desaparecimento do jornal pró-democracia Apple Daily, cujo fundador Jimmy Lai está detido sob acusações de conluio ao abrigo da dura lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020.

No mês passado, o tribunal considerou Chung e Lam culpados de conspiração por publicarem e reproduzirem materiais sediciosos, juntamente com a Best Pencil (Hong Kong) Ltd, a holding do Stand News. Os acusados podem ser condenados a até dois anos de prisão e a uma coima de 5.000 dólares de Hong Kong (cerca de 640 dólares).

Durante a leitura da sentença, o juiz Kwok Wai-kin afirmou que os arguidos não eram verdadeiros jornalistas e que não tinham participado no movimento de resistência do território.

O julgamento, que teve início em outubro de 2022, durou cerca de 50 dias, tendo o veredicto sido adiado várias vezes por razões que incluíam a espera pelo resultado de um recurso noutro caso histórico de sedição.

Hong Kong está classificado em 135.º lugar entre 180 territórios no último Índice Mundial de Liberdade de Imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras, quando ocupava a 80.ª posição em 2021 e a 18.ª em 2002.

A autocensura também se tornou mais comum após os protestos de 2019, com o aumento dos relatos de assédio contra jornalistas nos últimos meses. Em março, o governo da cidade promulgou outra nova lei de segurança que levantou preocupações sobre uma maior restrição da liberdade de imprensa.

Leia Também: Tribunal de Hong Kong condena jornalistas por sedição

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