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Criação de "Estado Bektashi" na Albânia sem influência na adesão à UE

O embaixador da União Europeia (UE) para a Albânia rejeitou hoje que a criação de um "Vaticano" para um ramo do islamismo tenha qualquer influência no processo de integração do país no bloco comunitário.

Criação de "Estado Bektashi" na Albânia sem influência na adesão à UE
Notícias ao Minuto

27/09/24 12:20 ‧ Há 5 Horas por Lusa

Mundo Embaixador

"Não acho que a questão de um 'Vaticano Bektashi' seja relevante para o processo de adesão", disse Silvio Gonzato, em declarações a um grupo de jornalistas, em Tirana, capital da Albânia.

 

No início da semana, o Governo albanês anunciou a criação, em Tirana, de um Estado semelhante ao Vaticano para a Ordem Bektashi, um segmento do sufismo, que está desde 1929 sediado no país.

Em outubro, a Albânia vai avançar com as negociações para aderir ao bloco político-económico, depois de resultados positivos nas reformas que a Comissão Europeia exigia para fazer avançar o processo.

Um dos critérios é a proteção dos direitos religiosos e étnicos, particularmente importantes nesta região, conhecido pela diversidade cultural, étnica e religiosa.

A oposição ao Governo albanês criticou a decisão e na sociedade civil também se levantaram vozes de contestação, questionando o momento do anúncio.

Mas Silvio Gonzato rejeita que haja qualquer intenção populista na decisão.

"Há algo que é preciso compreender [sobre a Albânia], não é uma questão de tolerância, aqui há uma convivência pacífica. As pessoas dizem que isso é reflexo do passado comunista do país, mas houve outros países com esse passado e sem esta convivência, em outros, por exemplo, há uma igreja [religião] que é muito poderosa", sustentou o embaixador.

A decisão do Governo de avançar com a criação de um "Vaticano Bektashi" é uma questão da "mentalidade pragmática dos albaneses", acrescentou.

"Há muitos casamentos 'mistos', por exemplo, entre católicos e muçulmanos e neste muito isso é muito importante. A religião não deve dividir territórios, há um elemento comum a todas que é a dignidade humana", completou, sem querer fazer mais comentários sobre a criação deste Estado dentro da capital albanesa.

No início da semana, o Governo albanês anunciou a intenção de estabelecer um Estado para os muçulmanos sufi Bektashi em Tirana. A ideia do executivo é converter os 27 hectares do Centro Mundial Bektashi, sede daquela vertente do islamismo, num Estado com soberania própria.

O primeiro-ministro, Edi Rama, fez o anúncio parafraseando Teresa de Calcutá, laureada com o Prémio Nobel da Paz: "Nem todos podemos fazer grandes coisas, mas podemos fazer pequenas coisas com grande amor."

Durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, o primeiro-ministro da Albânia esclareceu que este Estado vai ser semelhante à Cidade do Vaticano, centro da Igreja Católica, sediada em Roma (Itália), com o intuito de ser um "centro de moderação, tolerância e coexistência pacífica".

A Ordem Bektashi, que tem origem no Sufismo, foi fundada no século XIII durante o império otomano.

A notícia foi avançada no último sábado, 21 de setembro, pelo diário norte-americano The New York Times.

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