Espanha vai retirar espanhóis do Líbano em aviões militares
Espanha vai retirar do Líbano os espanhóis que queiram sair do país, numa operação da Força Aérea prevista para quinta-feira, anunciou hoje a ministra da Defesa, Margarita Robles.
© A. Perez Meca/Europa Press via Getty Images
Mundo Médio Oriente
Dois aviões militares estão preparados para sair para o Líbano na quinta-feira, para a retirada dos espanhóis que estão no país, afirmou a ministra, que ressalvou que a concretização da operação depende "da situação dos espaços aéreos", por haver vários países na região do Médio Oriente com espaços aéreos suspensos ou cortados.
Margarita Robles sublinhou que a situação na região é de "máxima alerta".
O Governo de Espanha tinha já pedido na terça-feira aos espanhóis que estão no Líbano para abandonarem o país, com o alerta de que o Médio Oriente está "à beira de uma guerra aberta".
"Instamos os espanhóis a abandonarem o país enquanto há voos comerciais", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Jose Manuel Albares.
Os serviços consulares espanhóis têm registo de mais de mil civis espanhóis no Líbano neste momento e cerca de 350 manifestaram já vontade de sair do Líbano, revelou hoje a ministra da Defesa.
Espanha tem também no Líbano 669 militares da força das Nações Unidas no país (UNIFIL, na sigla em inglês) que é liderada por um general espanhol.
A ministra da Defesa disse hoje que Espanha mantém o compromisso com esta missão de paz até as Nações Unidas tomarem "a decisão que considerarem oportuna", referindo-se a uma eventual retirada do Líbano.
Robles revelou que o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, falou na terça-feira com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e assegurou que os capacetes azuis de Espanha continuarão no Líbano enquanto as Nações Unidas considerarem oportuno.
A ministra disse que a força da ONU se tem mantido nos bunkers, por razões de segurança, e foram limitadas as patrulhas, mas defendeu que a UNIFIL continua a ter um papel importante de mediação com o exército libanês e as populações.
Também o MNE espanhol defendeu hoje, e declarações à rádio Onda Cero, que a missão da ONU no Líbano "continua a ter sentido" e "a ser importante para reduzir o risco de escalda bélica".
As Forças Armadas de Israel confirmaram que iniciaram na noite de segunda-feira ataques terrestres "limitados, localizados e direcionados" contra "alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah no sul do Líbano".
Nas últimas semanas, Israel intensificou os ataques aéreos contra posições do movimento xiita Hezbollah no Líbano.
O Hezbollah começou a disparar 'rockets', mísseis e 'drones' (aeronaves não-tripuladas) sobre o norte de Israel um dia depois de o ataque de 07 de outubro de 2023 do grupo islamita palestiniano Hamas em território israelita ter desencadeado uma guerra na Faixa de Gaza.
Israel respondeu com vagas de ataques aéreos, e o conflito tem vindo a intensificar-se até à beira de uma guerra total, fazendo temer um alastramento a toda a região do Médio Oriente.
O Hezbollah integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão e contra Israel de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes huthis do Iémen.
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