Médio Oriente. Borrell critica invasões de Israel
Os eurodeputados apelaram hoje a um esforço acrescido da União Europeia (UE) para uma resolução pacífica do conflito no Médio Oriente e o Alto-Representante para os Negócios Estrangeiros criticou as invasões militares de Israel.
© Houssam Shbaro/Anadolu via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"Pensávamos que o Governo de Netanyahu estava pronto para negociações, mas os bombardeamentos continuam", lamentou Josep Borrell, durante um debate no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França).
O Alto-Representante para a Política de Segurança recordou que "não é a primeira vez que Israel invade o Líbano, na realidade é a terceira vez que acontece".
E sem culpabilizar diretamente Telavive, Josep Borrell sugeriu que o Hezbollah é produto das ações consideradas desproporcionadas de Israel: "O Hezbollah desenvolveu-se depois da invasão de 1982 [...], no início foi uma força de resistência, hoje é uma organização com ligações ao Irão e é um Estado dentro de um Estado."
Hoje, o Hezbollah "tem elementos no Governo libanês, no parlamento" e o conflito no Líbano "está a piorar diariamente, cerca de 20% da população está deslocada".
"Há refugiados sírios, que fugiram da Síria, a voltar para o país para fugir do que está a acontecer no Líbano [...], claro que isso tem consequências para nós, ainda há cerca de 45.000 cidadãos da União Europeia no Líbano", completou.
Para "prevenir que o Líbano seja outra [Faixa de] Gaza", Josep Borrell voltou a apelar à necessidade de haver um cessar-fogo e procurar uma solução política.
"Israel está mais segura depois destas intervenções militares? Não está. As soluções militares não resolvem os conflitos", sustentou.
Villy Søvndal, dos Verdes no PE, disse que é "possível condenar inequivocamente" o atentado perpetrado há um ano em Israel, "mas nada justifica a morte de pessoas, mais de 44.000 em Gaza, enterrados em escombros, por causa de um ataque desproporcionado" de Telavive.
Neste momento, no enclave palestiniano, "falta tudo o que é necessário para assegurar que a vida existe".
Alberico Gambino, eurodeputado italiano que falou em nome dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), pediu a "proteção dos cidadãos" libaneses e apelou ao "papel decisivo da UE na promoção da paz, em simultâneo com as Nações Unidas e os parceiros regionais".
A liberal Hilde Vautmans disse que os dois lados "estão a procurar vingança" e que a situação está a "ir de mal a pior".
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