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MI5 diz que crimes no RU a mando da Rússia e do Irão estão a aumentar

O Reino Unido enfrenta um "aumento impressionante" de tentativas de homicídio, sabotagem e outros crimes a mando da Rússia e do Irão, que recrutam criminosos para fazer "o seu trabalho sujo", disse terça-feira o líder do MI5.

MI5 diz que crimes no RU a mando da Rússia e do Irão estão a aumentar
Notícias ao Minuto

09/10/24 06:26 ‧ Há 3 Horas por Lusa

Mundo MI5

O diretor da agência britânica de inteligência, o general Ken McCallum, disse que os seus agentes e a polícia travaram 20 conspirações "potencialmente letais" do Irão desde 2022 e alertou que este pode alargar os seus alvos no Reino Unido se o conflito no Médio Oriente se agravar.

 

Até agora, as ameaças têm-se restringido a iranianos no estrangeiro que se opõem ao regime do país, mas McCallum disse haver o risco de "um aumento, ou alargamento" de agressões por parte do Estado iraniano em solo britânico se a crise no Médio Oriente escalar e Israel lançar um ataque de grande dimensão em resposta ao recente ataque iraniano.

Numa rara intervenção pública para abordar as maiores ameaças ao Reino Unido por parte de Estados ou grupos militantes, McCallum argumentou que os Estados hostis, indivíduos radicalizados e um Estado Islâmico (ISIS) revitalizado formam "o ambiente de ameaça mais complexo e interligado que já se viu".

O líder do MI5 disse que também existe o risco de os conflitos de Israel com aliados do Irão -- o Hamas, em Gaza, o Hezbollah no Líbano e os Houthi no Iémen -- poderem desencadear ataques no Reino Unido, mas ressalvou que até ao momento isso ainda não se verificou.

O número de investigações a ameaças ao nível do Estado a cargo do MI5 aumentou 48% no último ano, com o Irão, a Rússia e a China identificados como os principais perpetradores, disse McCallum aos jornalistas na sede do organismo em Londres.

O general disse que desde a morte de Mahsa Amini, a jovem que morreu sob custódia policial em setembro de 2022 depois de ser detida sob acusação de ter violado a lei islâmica ao não usar véu, o Reino Unido assistiu a "conspiração atrás de conspiração" no seu território, "a um ritmo e escala sem precedentes".

McCallum disse que a agência de inteligência militar russa estava a tentar usar "fogo posto, sabotagem e outras coisas" para provocar "o caos" nas ruas do Reino Unido e outros países europeus.

Tanto a Rússia como o Irão recorrem com frequência a criminosos, desde traficantes de droga internacionais a pequenos criminosos, para levar a cabo as suas ações criminosas, disse.

Várias conspirações com alegado apoio de Estado levaram a acusações criminais, como no caso do homem checheno, preso em dezembro por alegadamente realizar ações de reconhecimento em escritórios de uma emissora dissidente iraniana.

Também vários suspeitos aguardam julgamento em Londres por alegadamente planearem ataques com o apoio da Rússia a negócios ucranianos.

O Reino Unido não é o único a apontar o dedo a Moscovo e Teerão. A Alemanha deteve várias pessoas por alegadamente espiarem e planearem ataques em nome da Rússia. Em maio, a agência de segurança interna da Suécia acusou o Irão de usar redes criminosas para atingir interesses israelitas ou judeus no país.

Discursos anteriores de McCallum e outros chefes de agências de inteligência britânicos enfatizaram o comportamento crescentemente assertivo da China, que em 2022 McCallum apelidou de maior "desafio estratégico" do Reino Unido, tendo hoje sublinhado a importância das relações económicas entre os dois Estados, mas alertando que "há riscos para gerir".

O nível de alerta para terrorismo no Reino Unido mantém-se em "substancial", a meio de uma escala de cinco pontos, e que pressupõe que um ataque é provável, tendo o líder do MI5 referido que desde 2017 já foram abortados 43 planos em fase final, salvando "inúmeras vidas".

Cerca de 75% dos planos conspirativos têm origem na ideologia islâmica extremista e os outros 25% na ideologia de extrema-direita, mas McCallum disse que esses rótulos "não refletem na íntegra a vasta gama de crenças e ideologias" encontradas, retiradas de uma mistura de "ódio online, teorias da conspiração e desinformação".

Há um envolvimento crescente dos jovens, com os menores de 18 anos a representarem já 13% das investigações a ameaças terroristas no MI5, adiantou.

Alertou ainda para sinais preocupantes de uma tentativa de regresso do ISIS, apesar do colapso do seu autoproclamado califado no Iraque e na Síria há alguns anos, afirmando que existem esforços do grupo para "exportar o terrorismo", recordando o ataque que em março vitimou 140 pessoas em Moscovo numa sala de espetáculos, "numa demonstração brutal das suas capacidades".

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