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Seul lidera "campanha provocatória" contra Coreia do Norte, acusa Moscovo

A Rússia acusou segunda-feira Seul de liderar uma "campanha provocatória imprudente" contra a Coreia do Norte, alvo do lançamento de panfletos de propaganda por 'drones', e de alimentar uma "escalada de tensões" na península.

Seul lidera "campanha provocatória" contra Coreia do Norte, acusa Moscovo
Notícias ao Minuto

15/10/24 06:43 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Mundo Rússia

A Rússia e a Coreia do Norte reforçaram em grande escala a sua cooperação desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, para grande desagrado da Coreia do Sul, que, por sua vez, apoia a Ucrânia no seu conflito armado com Moscovo e adotou sanções contra o regime de Vladimir Putin.

 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo acusou hoje Seul de ser responsável pelo "envio de materiais de propaganda por drones" para a Coreia do Norte, um fenómeno que desagrada Pyongyang, que em resposta ordenou às suas tropas que estivessem preparadas para abrir fogo.

"As autoridades sul-coreanas devem levar muito a sério os avisos de Pyongyang e parar de inflamar a situação na península com a sua campanha provocatória irrefletida", frisou a diplomacia russa, em comunicado.

Moscovo acusou Seul de "alimentar uma nova escalada de tensões, que poderia levar a verdadeiros incidentes armados", apelando à utilização de "meios políticos e diplomáticos" para alcançar "a paz e a estabilidade a longo prazo na região".

O regime norte-coreano queixa-se de vários voos de 'drones' desde outubro, que lançaram panfletos de propaganda sobre a capital e acusa Seul de ser responsável.

O ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, negou qualquer envolvimento, antes de um esclarecimento do Estado-Maior Conjunto sul-coreano (JCS), que declarou "não ser capaz de confirmar se as alegações do Norte - as declarações coreanas eram verdadeiras ou não".

Em reação à decisão de Pyongyang de colocar as tropas prontas para disparar, os militares da Coreia do Sul declararam-se "completamente prontos".

Os militares sul-coreanos destacaram também hoje que o Norte parece estar a preparar-se para realizar explosões nas estradas que ligam à Coreia do Sul, depois de o regime norte-coreano ter anunciado planos para isolar a fronteira, tornando-a intransitável.

Pyongyang avisou no domingo que mais um 'drone' seria considerado "uma declaração de guerra", de acordo com um porta-voz do Ministério da Defesa norte-coreano citado pela agência oficial KCNA.

A especulação local aponta para grupos militantes na Coreia do Sul que têm um historial de espalhar propaganda e dólares para o Norte, geralmente através de balões.

Embora as duas Coreias permaneçam tecnicamente em guerra, tendo o conflito mortal de 1950 a 1953 resultado num armistício e não num tratado de paz, o comando das Nações Unidas na Coreia, que supervisiona o armistício, declarou ter tomado nota das acusações norte-coreanas.

A Coreia do Norte é ainda acusada por Kiev e pelo ocidente de ter entregado grandes quantidades de munições e mísseis a Moscovo, no âmbito da sua ofensiva na Ucrânia.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky garantiu no domingo que Pyongyang enviou soldados para combater na Ucrânia ao lado do Exército russo.

O chefe de Estado russo Vladimir Putin enviou hoje à Duma (Câmara dos Deputados) o projeto de lei para ratificar o tratado de parceria estratégica entre a Rússia e a Coreia do Norte, que contempla a assistência mútua no caso de um dos dois países sofrer um ataque militar.

"Estou certo de que, através de esforços conjuntos, continuaremos a reforçar sistematicamente a parceria estratégica abrangente entre a Rússia e a República Popular Democrática da Coreia", sublinhou Putin, na altura da assinatura do acordo, durante a visita a Pyongyang, em 19 de junho.

Segundo Putin, esta política responde aos interesses fundamentais dos povos dos dois países e está em consonância com "a garantia da segurança e da estabilidade na Península Coreana e na região do Nordeste Asiático como um todo".

Leia Também: China pede a Irão e Israel que recorram à diplomacia para evitar escalada

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