Scholz quer intensificar esforços e está aberto a conversações com Putin
O chanceler alemão, Olaf Scholz, apelou hoje para se fazer "tudo o que for possível" para impedir a continuação da guerra na Ucrânia, incluindo conversações com o Presidente russo, Vladimir Putin, em concertação com Kiev e seus aliados.
© Emmanuele Contini/NurPhoto via Getty Images
Mundo Ucrânia
"Chegou a altura de fazermos tudo - além de apoiarmos claramente a Ucrânia - para encontrar uma forma de impedir que esta guerra continue", defendeu o chanceler perante os deputados do Bundestag (parlamento).
"Se nos perguntarem: 'Vamos falar sobre isto com o Presidente russo?', nós dizemos 'sim, vamos'", acrescentou.
Estas conversações devem respeitar "princípios claros", sublinhou: "Nunca haverá decisões tomadas à revelia da Ucrânia e nunca sem concertação com os nossos parceiros mais próximos".
Olaf Scholz não comentou o "plano de vitória" apresentado hoje em Kiev pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, num discurso em que este último excluiu quaisquer concessões territoriais à Rússia e apelou ao Ocidente para reforçar a sua ajuda.
Por seu lado, a Rússia acusou Zelensky de "empurrar" a NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) para "um conflito direto" com Moscovo.
Com a sua invasão da Ucrânia, a Rússia "pôs em causa um dos principais pontos de acordo das últimas décadas, nomeadamente que as fronteiras não devem ser deslocadas pela força", condenou hoje o chanceler alemão.
A Alemanha é o segundo maior doador de ajuda à Ucrânia, depois dos Estados Unidos, e Scholz voltou a prometer hoje manter o apoio ao país "durante tanto tempo quanto for necessário".
Mas o dirigente alemão está também sob pressão de uma parte da opinião pública nacional sobre a continuação da guerra na Ucrânia, que dura há quase três anos.
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) -- anti-imigrantes, eurocético e pró-russo -, bem como um novo partido de esquerda (BSW) exigem ambos o fim do fornecimento de armamento à Ucrânia e obtiveram bons resultados nas eleições regionais no leste do país.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
A entrar no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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