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Enviado do Papa à Rússia abordou cooperação e "caminhos para a paz"
O Vaticano indicou hoje que a recente visita do enviado do Papa Francisco à Rússia, o cardeal Matteo Zuppi, permitiu "analisar algumas perspetivas para continuar a cooperação humanitária e abrir caminhos para a tão desejada paz" na Ucrânia.
© Getty Images
Mundo Ucrânia
Zuppi concluiu na quarta-feira uma viagem de três dias que constituiu "uma segunda visita a Moscovo, em continuidade com a missão que lhe foi confiada pelo Papa Francisco", referiu o Vaticano num comunicado.
"As conversações que tiveram lugar permitiram avaliar o que foi feito até agora para a reunião familiar dos menores e a troca de prisioneiros, feridos e restos mortais dos caídos" em combate, disse o Vaticano, sobre os encontros que o seu representante manteve com as autoridades russas.
Além do ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, o cardeal reuniu-se com Yuri Ushakov, conselheiro de política externa do Presidente russo, Vladimir Putin, com Marija Lvova-Belova, comissária presidencial para os Direitos da Criança, e com Tatiana Moskalkova, comissária presidencial para os Direitos Humanos.
Lvova-Belova, contra a qual foi emitido um mandado de captura pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que a acusou, juntamente com Putin, de envolvimento na deportação ilegal de crianças ucranianas, afirmou que coopera com o Vaticano "há mais de um ano" para a devolução das crianças às suas famílias.
"Hoje, reunimo-nos com representantes da Santa Sé no nosso gabinete. Conversámos sobre os resultados alcançados e a futura interação no interesse das famílias e das crianças, incluindo a reunificação das famílias da Rússia e da Ucrânia", declarou Lvova-Belova, descrevendo a reunião como "muito calorosa e construtiva".
Zuppi também falou com o responsável pelas relações externas do Patriarcado de Moscovo, o arcebispo Antonii, com quem "discutiu várias questões, em particular as humanitárias", refere a nota do Vaticano.
"Em geral, a visita permitiu também analisar algumas perspetivas para prosseguir a cooperação humanitária e abrir caminhos para a tão desejada paz", resumiu o Vaticano.
A visita de Zuppi ocorreu três dias depois de o Papa ter recebido o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem debateu os esforços de mediação do Vaticano que ajudaram este ano a que a Rússia libertasse dois sacerdotes da Igreja Greco-Católica Ucraniana (de rito bizantino) que estavam presos.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, o Papa tem apelado para o seu fim e enviou uma missão de paz liderada pelo cardeal Zuppi a Moscovo em junho de 2023, sem êxito.
Leia Também: Zelensky conta com ajuda do Vaticano para libertar prisioneiros de guerra
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