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Investigador francês condenado na Rússia apresentou recurso da sentença

O investigador francês Laurent Vinatier recorreu da sentença de três anos de prisão na Rússia por não se ter registado como "agente estrangeiro", informou um hoje um tribunal de Moscovo.

Investigador francês condenado na Rússia apresentou recurso da sentença
Notícias ao Minuto

22/10/24 11:18 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Mundo Moscovo

O tribunal de Zamoskvoretski, em Moscovo, informou hoje que recebeu e registou o recurso de Laurent Vinatier na segunda-feira.

 

Vinatier, 48 anos, foi detido no dia 6 de junho e condenado no passado dia 14 de outubro a três anos de cadeia. 

O advogado de Vinatier, Alexei Sinitsyne, confirmou o recurso em declarações à agência France-Presse (AFP), mas não quis fazer mais comentários.

Moscovo utiliza a terminologia da era soviética de "agente estrangeiro", juntamente com restrições administrativas muito rigorosas.

Laurent Vinatier, um investigador especializado no espaço pós-soviético, trabalhava na Rússia para o Centro de Diálogo Humanitário, uma organização não-governamental com sede na Suíça e que se dedica à mediação de conflitos fora dos canais diplomáticos oficiais.

Os serviços de segurança russos (FSB) alegaram que o acusado tinha recolhido "informações militares e técnicas suscetíveis de serem utilizadas pelos serviços de informação estrangeiros contra a Rússia".

Estas acusações fizeram temer a aplicação de uma acusação mais grave por "espionagem", um crime punível na Rússia com 20 anos de prisão.

De acordo com fontes contactadas pela AFP, o cidadão francês trabalhava há vários anos no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mesmo antes da invasão russa de fevereiro de 2022.

Até ao momento da detenção, no início de junho, o francês deslocou-se aos dois países.

Na audiência, os advogados de Vinatier pediram que o cliente, que "admitiu a culpa", fosse punido apenas com uma multa.

Este caso surge num momento de grande tensão nas relações entre Moscovo e Paris: a Rússia é acusada de uma série de atos de desestabilização e desinformação em território francês, enquanto a França é criticada pelo apoio militar à Ucrânia.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou hoje a Rússia pela sua lei sobre "agentes estrangeiros", promulgada em 2012.

"A legislação russa sobre 'agentes estrangeiros' é arbitrária e dá origem a um clima de desconfiança", declarou hoje o tribunal, após queixas de 107 organizações não-governamentais, meios de comunicação social e membros da sociedade civil russa.

Nos últimos anos, a Rússia tem aumentado a lista nacional de "agentes estrangeiros", integrando vários órgãos de comunicação social, organizações e ativistas humanitários e toda as entidades consideradas de oposição ao regime.

Esta classificação significa um maior escrutínio estatal, limitações ou suspensão das operações do grupo classificado como "agente estrangeiro" ou restrições ao financiamento e até buscas indiscriminadas da polícia.

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