Meteorologia

  • 23 OCTOBER 2024
Tempo
24º
MIN 16º MÁX 25º

Após aviso, exército israelita efetua quatro ataques à cidade de Tiro

O exército israelita efetuou hoje quatro ataques à cidade de Tiro, no sul do Líbano, depois de ter enviado um anúncio para a população abandonar a cidade, informaram fontes oficiais, citadas pela agência noticiosa ANI.

Após aviso, exército israelita efetua quatro ataques à cidade de Tiro
Notícias ao Minuto

23/10/24 12:54 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Mundo Médio Oriente

"Uma agressão hostil [israelita] teve como alvo a rua Sawt al-Farah, em Tiro", informou a Agência Nacional de Informação libanesa (ANI), indicando ter sido alvo de quatro ataques, desconhecendo-se, para já, se há vítimas.

 

No entanto, o jornal L'Orient-Le Jour noticiou que os alvos incluíam a sede da empresa al-Chadid, uma sucursal da Associação al-Qadr al-Hassan, que Israel considera ser a ala financeira do Hezbollah.

Segundo o jornal, foram também bombardeadas as instalações do Comité Islâmico de Saúde, uma organização de Defesa Civil ligada ao Hezbollah, um antigo edifício governamental em Tiro e um complexo residencial no centro da cidade, sem que o exército israelita tenha especificado os alvos específicos destes ataques.

Tiro, Património Mundial da Unesco, é a cidade mais importante do sul do Líbano, região onde se concentram os ataques israelitas desde o início da campanha que começou há pouco mais de um mês contra o país mediterrânico.

Segundo a ANN, as equipas da Defesa Civil libanesa estão a trabalhar para colocar em segurança os idosos e os cidadãos em perigo.

Esta é a primeira operação israelita em grande escala contra a cidade de Tiro, uma cidade fenícia com mais de mil anos e que alberga sítios antigos classificados como Património Mundial da UNESCO.

Em Tiro encontram-se as imponentes ruínas da cidade romana e as construções medievais das cruzadas na ilha velha, a necrópole no continente, a estrada monumental, o aqueduto e o hipódromo.

A cidade de Tiro conta atualmente com cerca de 14.500 habitantes, incluindo cerca de 4.500 pessoas deslocadas das aldeias vizinhas, segundo as estatísticas do centro de gestão de crises local.

Uma testemunha na cidade disse à agência noticiosa espanhola EFE por telefone que as pessoas não podem sair porque a situação é "demasiado perigosa" e estão sentadas nos passeios.

As imagens da estação de televisão AFPTV mostram espessas nuvens de fumo cinzento a elevarem-se sobre os edifícios da cidade costeira, alvo de quatro ataques.

A ANI afirmou que a cidade foi alvo de quatro ataques, depois de inicialmente ter relatado um bombardeamento por um "'drone' inimigo" numa rua a menos de um quilómetro das ruínas arqueológicas.

Na sequência do pedido de retirada da população feito pelo exército israelita, muitas famílias começaram a abandonar a cidade.

"As pessoas foram para os arredores da cidade e afastaram-se do centro", disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) o assessor de comunicação do centro de gestão de crises local, Bilal Kachmar.

Mortada Mhanna, que dirige o centro, tinha anteriormente descrito a situação como "muito má".

"Estamos a proceder à retirada de toda a gente", declarou à AFP.

Mhanna acrescentou que as equipas de salvamento estavam a ajudar a retirar as pessoas idosas e que percorriam as ruas apelando aos residentes para abandonarem as suas casas através de altifalantes.

Hoje de madrugada, o exército israelita ordenou a retirada da população de grande parte da cidade de Tiro, onde se encontram milhares de pessoas deslocadas da fronteira sul, embora não se saiba o número de pessoas que permanecem na cidade.

"O aviso dirige-se especificamente às pessoas que se encontram nos edifícios entre as ruas: al-Hiram, Ja'far Sharaf al-Din, Abu Dib e al-Azar", avisou hoje o porta-voz militar israelita em língua árabe, Avichay Adraee.

"Devem afastar-se imediatamente da zona marcada a vermelho e dirigir-se para norte do rio Awali", disse Adraee, que partilhou um mapa com os bairros afetados a vermelho.

O rio Awali situa-se a cerca de 60 quilómetros da fronteira entre o Líbano e Israel e a cerca de 30 quilómetros a norte do rio Litani, que marca o limite da zona declarada pelas Nações Unidas como "tampão" entre Israel e o Hezbollah, na sequência da guerra de 2006, ao abrigo da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU.

Segundo dados da ONU, mais de um quarto do Líbano foi colocado sob ordens de retirada por Israel, que iniciou uma escalada de guerra contra o Líbano há pouco mais de um mês. Num ano de guerra, mais de 2.500 pessoas foram mortas, a grande maioria no último mês, e mais de 11.000 ficaram feridas.

Leia Também: Israel pede a população que abandone bairros libaneses de Tiro

Recomendados para si

;
Campo obrigatório