Meteorologia

  • 25 OCTOBER 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 18º

Presidente do Conselho Europeu pede que UE "não seja um museu do mundo"

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que deixará o cargo para ser sucedido por António Costa, pede que a União Europeia não seja um "museu do mundo", sem influência geopolítica ou económica, acreditando no alargamento em 2030.

Presidente do Conselho Europeu pede que UE "não seja um museu do mundo"
Notícias ao Minuto

25/10/24 07:51 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Mundo Charles Michel

"Sou membro do Conselho Europeu há 10 anos [cinco anos como primeiro-ministro belga e cinco anos como presidente] e isso faz de mim um dos veteranos. Dentro de algumas semanas, deixarei este cargo e tenho algumas lições desta experiência, desde logo a ideia de que temos de fazer tudo para não nos tornarmos o museu do mundo", diz Charles Michel.

 

Em entrevista à Lusa e outras agências de notícias europeias no âmbito do projeto European Newsroom (Redação Europeia), em Bruxelas, o responsável vinca que, nas recentes crises -- como a saída do Reino Unido da União Europeia, a pandemia de covid-19 e a invasão russa da Ucrânia - "a União Europeia [UE] demonstrou que foi capaz de promover o desenvolvimento económico, o crescimento e a coesão social".

"Mas sinto que este é um ponto de viragem e é extremamente importante para o futuro manter o mesmo nível de ambição que tivemos no passado, a mesma paixão por este projeto europeu, e é por isso que eu penso que o que estamos a fazer no Conselho Europeu [...] será uma peça fundamental no puzzle do futuro", acrescenta, aludindo aos planos para reforçar a competitividade europeia que serão abordados na última cimeira europeia que presidirá, o Conselho Europeu de 08 de novembro em Budapeste, no âmbito da presidência húngara rotativa da UE.

Para Charles Michel, a reunião de alto nível em Budapeste, realizada dias depois das eleições presidenciais norte-americanas, deverá permitir "dar um passo muito sério em direção a uma maior ambição no domínio do crescimento, da inovação e da competitividade".

"Por favor, não sejam um museu do mundo", reforça, salientando que a UE deve ter "mais soberania, mais influência no mundo", nomeadamente face aos concorrentes Estados Unidos e China.

Nesta entrevista, Charles Michel reafirma estar "absolutamente convencido e, mais do que nunca", de que a UE estará em condições de acolher novos Estados-membros a partir de 2030, quando existem nove países candidatos (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Moldova, Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia, Turquia e Ucrânia) e um potencialmente candidato (Kosovo).

"É um absurdo se a UE não acelerar" o processo, considera, argumentando que o espaço comunitário deve também "realizar os seus trabalhos de casa" e "preparar-se" através de reformas internas.

Quanto à guerra em solo ucraniano, descreve o telefonema com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, logo na noite da invasão russa em fevereiro de 2022, e a sua ida à região do Donbass como momentos "inesquecíveis", esperando que no próximo ciclo institucional que agora arranca a União consiga continuar a "tornar a Ucrânia mais forte porque isso também torna a UE mais forte".

E alertou que, se noutros países que aguardam a adesão à UE "houver um lugar vazio, alguém preencherá o vazio e não é alguém que defenderá os mesmos valores e interesses".

Antigo primeiro-ministro belga, o político liberal Charles Michel, de 48 anos, preside ao Conselho Europeu durante dois mandatos desde dezembro de 2019 e até 30 de novembro de 2024.

Será sucedido no cargo pelo antigo primeiro-ministro português, António Costa, a partir de 01 de dezembro.

Leia Também: Michel diz que UE "não deve ter medo" de medidas para gerir pressão migratória

Recomendados para si

;
Campo obrigatório