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Países árabes pedem à UE para salvar o que resta do direito internacional

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia e co-presidente do encontro anual da União pelo Mediterrâneo, Ayman Safadi, lamentou hoje a impunidade de Israel e pediu à União Europeia (UE) para salvar o que resta do direito internacional.

Países árabes pedem à UE para salvar o que resta do direito internacional
Notícias ao Minuto

28/10/24 15:18 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Mundo Médio Oriente

"Apelo aos nossos parceiros na União pelo Mediterrâneo e à comunidade internacional. Façam algo para salvar o que ainda se pode salvar do direito internacional, da credibilidade das nossas agências e instituições internacionais", disse Ayman Safadi.

 

O ministro jordano falava em Barcelona, na conferência de imprensa final do encontro anual da União pelo Mediterrâneo (UpM), um organismo intergovernamental de que faz parte a Comissão Europeia e mais de 43 países europeus, do Norte de África e do Médio Oriente, incluindo todos os estados-membros da UE, a Autoridade Palestiniana e Israel, que nos últimos dois anos tem boicotado a reunião.

O encontro anual da UpM, conhecido como Fórum Regional da UpM, é uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE), realiza-se anualmente em Barcelona e é co-presidido pelos chefes da diplomacia da UE, Josep Borrell, e da Jordânia, Ayman Safadi.

Na conferência de imprensa final, Ayman Safadi disse por diversas vezes que Israel está há um ano a cometer crimes de guerra no Médio Oriente com total impunidade, violando o direito internacional, o direito internacional humanitário e resoluções das Naçõs Unidas e impedindo inclusivamente as agências da ONU de trabalhar.

"É algo sem precedentes e não pode continuar sem resposta por parte da comunidade internacional", afirmou o ministro jordano, segundo a tradução simultânea de árabe para espanhol.

Ayman Safadi disse que está em causa não só proteger as crianças palestinianas que estão a ser alvo de ataques e a ser impedidas de ir à escola, mas também "proteger o que sobra das Nações Unidas e da comunidade internacional" e a própria "credibilidade do direito internacional".

O ministro lembrou que a UE foi construída no pós-II Guerra Mundial com base em valores e num direito internacional que hoje permite que Israel desrespeite.

"Como é possível?", questionou, antes de afirmar que Israel tem hoje "um governo extremista", com ministros que fazem "apelos à limpeza étnica e ao genocídio".

Ayman Safadi condenou a UE no conflito do Médio Oriente, mas elogiou as posições de Josep Borrell, que estava a seu lado na conferência de imprensa e que hoje co-presidiu à reunião da UpM pela última vez, por estar prestes a termianr o mandato da atual Comissão Europeia.

Em resposta a questões dos jornalistas, Josep Borrell reiterou que tem pedido aos estados-membros da UE a adoção de sanções que incluam responsáveis de organizações de colonatos israelitas na Cisjordânia e ministros do Governo de Telavive.

"Eu só tenho capacidade de proposta, a capacidade de decisão corresponde aos estados-membros", lembrou o chefe da diplomacia da UE.

Borrell acrescentou que espera que no próximo conselho europeu de ministros dos Negócios Estrangeiros seja finalmente debatido o pedido de países como Espanha para que a UE verifique se Israel violou direitos humanos em Gaza e, assim, incumpriu os termos do acordo de associação que tem com Bruxelas.

"Temos com Israel o acordo de associação mais completo que temos com qualquer outro país do mundo", lembrou.

Josep Borrel disse que deixa as reuniões da UpM com um "sentimento de tristeza e amargura" por não ter sido possível até agora "evitar que a situação piore todos os dias" no Médio Oriente, com "mais inocentes a morrer num conflito que é preciso deter".

"E só se deterá se a comunidade internacional deixar de lamentar e passar a atuar", afirmou.

O chefe da diplomacia da UE reiterou, nesta conferência de imprensa, o que disse na abertura da reunião de hoje da UpM, quando alertou que o norte da Faixa de Gaza vive "a pior crise humanitária desde a II Guerra Mundial" e que é necessário fazer mais do que simplesmente expressar preocupação pela situação no Médio Oriente.

Para além de um cessar-fogo imediato na região, Borell disse ser também necessário passar das palavras aos atos na implementação da solução dos dois estados (Israel e Palestina).

A UpM teve no centro do encontro de hoje em Barcelona "a situação preocupante" no Médio Oriente.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, tinha previsto estar na reunião, mas o cancelamento de voos para Barcelona impediu a sua presença, estando a delegação portuguesa a ser liderada pelo embaixador de Portugal em Espanha, João Mira Gomes.

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