Biden "profundamente alarmado com declínio da democracia" na Geórgia
O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse hoje estar "profundamente alarmado com o recente declínio da democracia" na Geórgia, depois do anúncio de uma recontagem parcial dos resultados das legislativas disputadas no sábado, que são contestados pela oposição.
© ROBYN BECK/AFP via Getty Images
Mundo EUA
"Apelamos ao Governo georgiano para que conduza uma investigação transparente sobre todas as irregularidades eleitorais", declarou em comunicado o líder da Casa Branca.
Entre os recuos democráticos, Joe Biden elenca "a promulgação de legislação que reflete as leis russas que restringem as liberdades fundamentais e limitam o espaço para organizações independentes da sociedade civil".
As últimas eleições, prosseguiu o líder norte-americano, foram marcadas por "numerosos abusos registados de recursos administrativos", bem como pela "intimidação e coerção" dos eleitores.
"Os cidadãos georgianos têm o direito de expressar pacificamente as suas opiniões sobre a condução destas eleições, que os observadores nacionais e internacionais independentes não consideraram livres e justas", declarou Biden, que pede ainda a revogação da chamada lei da influência estrangeira, ou "lei russa" devido à sua alegada intenção de limitar a liberdade de reunião e de expressão.
A comissão eleitoral da Geórgia anunciou que vai iniciar hoje a recontagem parcial das legislativas, nas quais a oposição pró-europeia se recusa a reconhecer a vitória do partido pró-russo no poder.
"[As autoridades] vão realizar uma recontagem de votos em cinco assembleias de voto em cada círculo eleitoral. Já identificaram por sorteio os círculos eleitorais cujos resultados voltarão a ser contados", indicou hoje a comissão, num comunicado.
Este anúncio surge depois de milhares de pessoas se terem concentrado em frente ao edifício do parlamento, no centro da capital Tbilissi, na segunda-feira, a pedido da oposição, que acusa o partido Sonho Georgiano (pró-russo) de ter "roubado" as eleições.
De acordo com a comissão eleitoral, o partido no poder, com o qual Bruxelas congelou as negociações de adesão à União Europeia (UE) devido à sua aproximação à Rússia, venceu as eleições com 53,92% dos votos.
A oposição acusa o Sonho Georgiano, do oligarca Bidzina Ivanishvili, de aproximar a Geórgia da Rússia e de a afastar de uma possível adesão à UE e à NATO, dois objetivos consagrados na Constituição do país.
A Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, recusou-se a reconhecer os resultados e apelou aos georgianos para que protestassem nas ruas.
O primeiro-ministro, Irakli Kobakhidze, descreveu, por sua vez, a vitória do Sonho Georgiano como "impressionante e óbvia", considerando que "qualquer tentativa de falar sobre manipulação eleitoral está condenada ao fracasso".
A missão de observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa destacou a boa organização das eleições, mas denunciou "muitos casos de coação" dos eleitores e "frequentes violações do sigilo do voto", entre outras possíveis irregularidades.
Leia Também: Enviado de Biden defende apoio a Governo libanês contra Hezbollah
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com