Parlamento israelita quer deportação de familiares de "terroristas"
Uma comissão do parlamento israelita aprovou esta terça-feira um projeto de lei promovido pelo partido de extrema-direita Otzma Yehudit, do qual faz parte o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, para deportar familiares de "terroristas" condenados.
© DEBBIE HILL/Reuters
Mundo Médio Oriente
A iniciativa, aprovada na comissão por nove votos a favor e dois contra, permite ao Ministério do Interior expulsar familiares de primeiro grau dos condenados por terrorismo caso estes tenham tido conhecimento prévio das ações terroristas ou por manifestarem apoio aos seus familiares.
O projeto de lei, que se aplica expressamente aos cidadãos israelitas, terá agora de ser votado na sessão plenária do Knesset (parlamento) em segunda e terceira leituras para ser aprovado, segundo o jornal The Times of Israel.
Ben-Gvir, que espera que a Justiça não rejeite a lei porque atribui poderes de expulsão ao Ministério do Interior, destacou nas redes sociais que com esta medida os "terroristas" saberão "antes de executarem" os seus planos "que todos os seus familiares serão deportados" de Israel.
Por seu lado, o deputado de extrema-direita Almog Cohen, que apresentou a proposta, garantiu que este projeto de lei "proporcional" tem "amplo apoio público" em Israel e o seu objetivo é "atingir o estômago" dos terroristas.
Quando o texto foi apresentado à comissão, em fevereiro, Cohen disse que após os ataques do movimento islamita Hamas, em 07 de outubro, Israel está "mais obrigado do que nunca a impor a pena mais severa".
"Com base nos meus muitos anos de familiaridade com a sociedade árabe, a deportação familiar é o ato mais eficaz e significativo para erradicar o terrorismo", afirmou o deputado, acrescentando que o projeto de lei corrige "anos de injustiça", uma vez que muitos membros da família "se gabam das ações dos assassinos", transformando-os até em "heróis" ou modelos.
A Faixa de Gaza é cenário de conflito desde 07 de outubro de 2023, data em que Israel ali declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 34 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.
A guerra, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 43.061 mortos (quase 2% da população), entre os quais 17.000 menores, e pelo menos 101.190 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
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