Meteorologia

  • 30 OCTOBER 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 19º

UE tem de "passar da reação à preparação" para as ameaças à segurança

O antigo Presidente da Finlândia, autor de um relatório sobre as necessidades de segurança da União Europeia (UE), defendeu hoje que o bloco comunitário tem de deixar de reagir e começar a preparar.

UE tem de "passar da reação à preparação" para as ameaças à segurança
Notícias ao Minuto

30/10/24 13:02 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Mundo Sauli Niinistö

"Precisamos de passar da reação à preparação e prontidão" para fazer face às ameaças à segurança que a UE enfrenta, disse Sauli Niinistö, em conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.

 

Sauli Niinistö, autor de um relatório redigido nos últimos seis meses sobre as necessidade de preparação e prontidão para debelar ameaças à segurança da UE, acrescentou que "a segurança é a base de tudo o que é importante", recordando que "a ideia original de integração [na UE] era dar segurança e paz à Europa".

A guerra na Ucrânia, o panorama geopolítico cada vez mais incerto e a degradar-se, a pandemia e eventuais crises sanitárias no futuro e as alterações climáticas, "todas estas ameaças têm algo em comum", sustentou Sauli Niinistö.

"Se um Estado-membro perde a sua segurança, todos estamos em perigo", justificou.

O antigo chefe de Estado finlandês (2012-2024) reconheceu que a até hoje a União Europeia conseguiu debelar todas as crises, mas com cada mais "ameaças" ao bloco comunitário, os 27 têm de "impedir que os seus valores sejam utilizados como uma arma".

Sauli Niinistö defendeu hoje que a União Europeia (UE) deve criar uma Lei da Prontidão para conjugar esforços entre os 27 países em objetivos de segurança a longo prazo.

De acordo com um relatório feito pelo antigo chefe de Estado da Finlândia (2012-2024), divulgado e apresentado hoje, o bloco comunitário devia explorar a "exequibilidade de uma Lei da Prontidão da UE", com o propósito de "estabelecer padrões conjuntos e objetivos a longo prazo, alinhando os esforços da UE e nacionais sempre que possível".

O documento "Fortalecer a Preparação e Prontidão Militar e Civil da Europa", redigido por Sauli Niinistö, olhou para as debilidades em matéria de defesa e segurança, não só militar, que os 27 têm e apresentou propostas para melhorá-las.

Em relação à Lei de Prontidão da UE, o antigo chefe de Estado finlandês disse que pode "estabelecer padrões de prontidão uniformes e objetivos tangíveis, com o Parlamento Europeu e o Conselho [da UE] a concordarem nos seus princípios, padrões e objetivos, que guiarão os esforços de preparação da UE".

"Isto deve afunilar os processos de tomada de decisões, coordenação e partilha de informação, e clarificar ainda mais os papéis e responsabilidades ao nível da UE, nacionais e locais", concluiu Sauli Niinistö.

Mas para isso, primeiro o bloco comunitário tem de fazer uma avaliação de riscos compreensível, que explore todas as debilidades nos países da UE.

Sauli Niinistö recordou que nos últimos anos a União Europeia precisou de se coordenar para debelar rapidamente uma pandemia, vencer o vírus e alcançar a imunidade de grupo, mas também preservar a economia e os milhões de profissões afetadas pelos confinamentos decretados.

Em simultâneo, desde fevereiro de 2022 que a UE está a viver o maior conflito no território europeu desde a Segunda Guerra Mundial e a tentar ultrapassar as consequências políticas e socioeconómicas da guerra na Ucrânia, sem fim à vista.

As alterações climáticas, com vários países a registarem no último ano recordes de temperatura que já têm consequências, por exemplo, na produção agrícola, e a cada vez maior incerteza geopolítica em outras partes do mundo obrigam a UE a readaptar-se, sustentou o antigo Presidente da Finlândia (Estado-membro que partilha uma fronteira com a Rússia).

Nesse sentido, Sauli Niinistö pediu para haver uma cooperação reforçada com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). A Finlândia aderiu à NATO em abril de 2023. Até então neutral, Helsínquia avançou com a decisão de fazer parte da NATO por causa da invasão russa da Ucrânia.

Leia Também: UE devia criar "Lei de Prontidão" em segurança em cooperação com NATO

Recomendados para si

;
Campo obrigatório