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Procuradoria abre inquérito a suspeita de corrupção de alto funcionário da UE 

A Procuradoria Europeia confirmou hoje a abertura de um inquérito sobre as alegações de corrupção contra um alto funcionário da Comissão Europeia, suspeito de ter recebido presentes do Qatar.

Procuradoria abre inquérito a suspeita de corrupção de alto funcionário da UE 
Notícias ao Minuto

01/11/24 11:33 ‧ Há 3 Horas por Lusa

Mundo Procuradoria Europeia

Na sequência da publicação de um artigo no diário francês Libération, a Procuradoria Europeia anunciou a abertura de um inquérito 'ex-officio' contra o estónio Henrik Hololei, antigo diretor-geral dos Transportes da Comissão Europeia.

 

O Ministério Público recorda que "as instituições e os órgãos" da UE "devem comunicar sem demora à Procuradoria Europeia todos os atos criminosos relativamente aos quais esta tenha competência" e precisa que, até ao momento, não recebeu qualquer comunicação do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) ou da Comissão.

Segundo o Libération, os investigadores do OLAF identificaram, no entanto, num relatório, uma série de "regalias" de que Hololei teria beneficiado a partir do Qatar, incluindo "estadas em hotéis de cinco estrelas, por vezes com a família e sessões de compras".

Segundo o diário francês, Hololei terá, "na maior parte das vezes viajado sem o declarar em pelo menos 25 ocasiões a expensas do Qatar" quando o alto funcionário era responsável pela negociação de um acordo de "céu aberto" com os Emirados, que permitia à Qatar Airways um maior acesso ao território europeu.

Este caso vem juntar-se ao chamado "Qatargate". Desde dezembro de 2022, o Parlamento Europeu tem sido abalado por suspeitas de corrupção envolvendo representantes eleitos do Qatar e de Marrocos.

Na quinta-feira, questionada durante uma conferência de imprensa, a Comissão Europeia afirmou ter "agido rapidamente" no caso Hololei, enquanto o inquérito OLAF foi "concluído em julho de 2024" com uma recomendação de "acompanhamento disciplinar".

"Imediatamente", a Comissão transmitiu o relatório ao Gabinete de Investigação e Disciplina (IDOC), com um "mandato para dar início a uma ação disciplinar", disse um porta-voz do executivo europeu.

O caso está atualmente na "primeira fase do processo pré-disciplinar", segundo este porta-voz, que escusou "especular" sobre as conclusões do procedimento interno.

Na sequência das primeiras revelações, o alto funcionário, de 54 anos, deixou o cargo de diretor-geral em 2023 para assumir uma posição menos estratégica de "conselheiro" político, que ainda hoje ocupa.

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