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Cheias em Espanha: Número de militares no terreno sobe para 7.800

O número de militares nas zonas afetadas pelas inundações em Espanha vai aumentar para 7.800 nas próximas horas, disse hoje o general que comanda o dispositivo das forças armadas espanholas que estão no terreno, Javier Marcos.

Cheias em Espanha: Número de militares no terreno sobe para 7.800
Notícias ao Minuto

04/11/24 17:34 ‧ Há 12 Horas por Lusa

Mundo Espanha/Cheias

O tenente-general afirmou que a situação no terreno é difícil, de "grande complexidade", com uma "terrível destruição de infraestruturas", que dificultou e continua a dificultar a mobilidade das equipas militares de emergência.

 

Ainda assim, e mesmo após ter voltado a chover no domingo em algumas das zonas afetadas pelas cheias da semana passada, a situação no terreno, seis dias após as inundações, está melhor, "mas é preciso tempo", garantiu.

Perante a situação no terreno e a quantidade de meios já mobilizados para a resposta, é necessário "disciplina" na atuação, para não aumentar o caos, disse ainda Javier Marcos, que sublinhou compreender e partilhar "o sentimento das pessoas afetadas" de que demorou ou continua a demorar a assistência de que precisam.

O tenente-general pediu "paciência" às populações.

"Compreendam que estamos a fazer tudo o que podemos", afirmou, numa conferência de imprensa em Madrid, na sede do Governo espanhol, após a reunião de hoje do Comité de Crise nacional para acompanhar os efeitos do temporal que atingiu o leste de Espanha, em especial a região de Valência, na passada terça-feira, e que causou pelo menos 217 mortos.

Javier Marcos disse que a disponibilidade das Forças Armadas é total para reforçar os meios já no terreno, se assim o solicitar o governo regional da Comunidade Valenciana, a quem compete o comando da resposta às inundações.

Há neste momento 6.600 militares no terreno, que passarão a ser 7.800 a partir das 20:00 locais (19:00) em Lisboa, disse.

O tenente-general foi questionado por diversas vezes sobre a eventual demora na mobilização de meios para responder ao temporal e ainda antes, atendendo aos avisos prévios dos serviços meteorológicos, mas escusou-se a fazer comentários de teor político.

"A minha missão é servir para salvar. Não farei qualquer avaliação alheia à minha missão, que é salvar vidas", disse Javier Marcos, que repetiu diversas vezes que "a direção da emergência é da região autónoma" e os militares não podem entrar em zonas de emergência sem ordem desse comando político, mesmo tendo meios a postos, como garantiu que acontecia logo desde a tarde de terça-feira, ainda antes das inundações.

Javier Marcos disse que a prioridade neste momento continua a ser a procura e resgate de pessoas desaparecidas, assim como o apoio logístico às populações, o desimpedimento de caminhos e estradas e a retirada de água de espaços e zonas alagadas, sublinhando as consequências em termos de saúde pública que pode ter a deterioração de águas paradas ou o colapso de sarjetas.

Entre as prioridades atuais está ainda o acompanhamento de pessoas afetadas pelo temporal e às famílias das vítimas, tendo sido ativado um centro de apoio com este objetivo no domingo, afirmou.

O comité de crise nacional criado pelo Governo de Espanha na semana passada foi hoje presidido, pela primeira vez, pelo chefe de Estado do país, o Rei Felipe VI.

O Rei esteve hoje à frente deste comité depois de no domingo ter visitado uma das localidades mais afetadas pelas inundações, Paiporta, na região de Valência, onde a população o insultou e lhe atirou lama, numa situação considerada inédita ou, pelo menos, muito rara nos últimos 40 anos, desde que foi restaurada a democracia e a monarquia em Espanha.

Felipe VI foi no domingo à localidade de Paiporta acompanhado pela rainha, Letizia, pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez (socialista), e pelo presidente do governo regional da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón (Partido Popular).

Todos foram alvo de insultos, de lama e outros objetos, com um grupo de pessoas a gritar palavras como "assassinos" e a queixar-se de falta de apoio e assistência.

Sánchez e Mazón abandonaram o local, de onde foram retirados por seguranças, enquanto Felipe VI e Letizia prosseguiram a visita pelas ruas de Paiporta, falaram com a população e abraçaram várias pessoas, mesmo após os insultos e de terem sido atingidos por lamas.

O leste de Espanha, em especial a região de Valência, foi atingido na terça-feira por um temporal que causou, provavelmente, as maiores inundações da Europa neste século, disse Sánchez no mesmo dia, reconhecendo haver uma "situação trágica".

Há até agora 217 mortos confirmados e dezenas de famílias continuam a procurar pessoas desaparecidas, segundo as autoridades.

Leia Também: AO MINUTO: "Estávamos na zona de emergência em minutos"; Há 140 detidos

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