Governo espanhol aprova medidas e anuncia zona de catástrofe
O chefe do Executivo salientou que é necessário "continuar a trabalhar", uma vez que "ainda há pessoas desaparecidas por localizar, casas e empresas destruídas, soterradas pela lama e muita gente a sofrer graves carências".
© Jorge Gil/Europa Press via Getty Images
Mundo Espanha
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou, esta terça-feira, que o seu governo aprovou um pacote de medidas destinado a oferecer uma "resposta imediata" às regiões afetadas pela passagem da DANA, que provocou mais de 200 mortos, desde a semana passada.
O chefe do Executivo sublinhou que este primeiro pacote de medidas destina-se a ajudar não só residentes, mas também empresas e instituições locais dos 75 municípios afetados em Andaluzia, Valência e Castela-Mancha.
"A resposta que vamos dar vai ser articulada no 'Plano de resposta imediata para a reconstrução e relançamento da Comunidade Valenciana'. O plano tem três fases: a primeira é a resposta imediata, a segunda é a reconstrução das áreas afetadas e a terceira é a fase de relançamento e transformação para adaptar Valência à emergência climática que afeta o Mar Mediterrâneo. As fases durarão o tempo que for necessário para recuperar a normalidade no território afetado", detalhou, em conferência de imprensa.
Em concreto, o governo aprovou um primeiro pacote de medidas de emergência no valor de 10,6 mil milhões de euros para indivíduos, empresas e instituições, incluindo ajudas diretas, isenções fiscais e moratórias, bem como garantias.
Está ainda prevista a transferência de 72 mil euros em casos de incapacidade, bem como entre 20 e 60 mil euros para a reconstrução de habitações, até 10 mil euros para a reposição de bens domésticos e ainda até 37 mil euros para reparações de elementos dos edifícios.
A ajuda aos trabalhadores independentes situar-se-á entre 10 mil euros, e serão alocados 150 mil euros para as empresas, em função do volume de atividade.
"A fase 1 inclui a aprovação de uma zona de catástrofe por decreto e inclui muitas medidas que serão incluídas num site para que todos, cidadãos e meios de comunicação social, possam conhecê-las em primeira mão. Estas medidas são inspiradas na gestão de crises acumulada por este governo. As mais importantes são a ativação da ajuda direta aos cidadãos e empresas afetados", complementou.
Sánchez explicou ainda que "o governo pagará 100% das despesas de emergência dos municípios afetados", nomeadamente "todas as ações relacionadas com a remoção de lama, detritos, bens inutilizáveis, fornecimento de água potável, limpeza de ruas, alojamento e alimentação para os residentes afetados". O Executivo também assumirá 50% de todos os trabalhos que têm de ser efetuados para reparar as instalações.
O chefe do Governo salientou, ainda assim, que é necessário "continuar a trabalhar", uma vez que "ainda há pessoas desaparecidas por localizar, casas e empresas destruídas, soterradas pela lama e muita gente a sofrer graves carências".
Espanha iniciou já também os procedimentos para ativar o fundo de solidariedade da União Europeia e pediu a aprovação urgente no Parlamento Europeu de uma alteração aos regulamentos dos fundos de coesão, para os poder reprogramar e destinar à zona afetada pelas inundações, por estar em causa um desastre natural.
"É muito fácil distinguir aqueles que expressam a sua raiva de uma forma legítima de grupos de extrema-direita perfeitamente organizados"
Pedro Sánchez mencionou ainda os incidentes ocorridos no domingo durante a visita oficial a Paiporta, nos quais foi agredido nas costas com um pau. Os reis foram, também, apupados e insultados.
"Se olharmos para as imagens da visita de domingo, é muito fácil distinguir aqueles que expressam a sua raiva de uma forma legítima, devido à sua frustração pela situação que estão a viver, de grupos de extrema-direita perfeitamente organizados que tentavam provocar o máximo de danos possível às autoridades que estavam presentes", disse.
O responsável reiterou estar "bem" e que não se desviará do "fundamental".
"Estou bem e, como disse nesse dia, não me vou desviar do fundamental. Os protagonistas são os cidadãos afetados, as famílias das vítimas, as vítimas, a reconstrução e o relançamento desta província, de Valência e de outras que foram afetadas", disse.
As inundações no leste de Espanha, na terça-feira da semana passada, causaram pelo menos 217 mortos, segundo os balanços mais recentes das autoridades locais e nacionais.
[Notícia atualizada às 13h09]
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