Moscovo confirma pena de 12 anos para traficante norte-americano
Um tribunal de Moscovo confirmou hoje, em recurso, a condenação a 12 anos e meio de prisão do cidadão russo-norte-americano, Robert Woodland, detido em janeiro e julgado por tráfico de droga.
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Mundo Tráfico de droga
A juíza Irina Khorlina decidiu manter "inalterada" a sentença que já declarara em julho, cuja pena será cumprida numa colónia de regime rigoroso, segundo um jornalista da AFP presente na audiência.
Woodland foi considerado culpado de "tentativa de tráfico de droga em grande escala", um crime punível com 20 anos de prisão.
Segundo a acusação, antes da sua detenção, tinha recuperado cerca de 47 gramas de mefedrona, uma droga sintética que se preparava para vender num esconderijo situado numa zona arborizada de Mytishchi, perto de Moscovo.
O seu advogado, Stanislav Kchevitski, disse aos jornalistas presentes que o seu cliente admitiu estar "na posse de drogas", mas que "nega a venda".
"Tinha roubado drogas a outro toxicodependente e queria escondê-las para consumo pessoal", segundo o advogado.
Woodland acabaria por ser detido em janeiro, tendo Kchevitski admitido que o seu cliente, na altura da detenção, estava sob a influência de drogas".
"O tribunal não teve em conta o recurso do Ministério Público para uma sentença mais severa, nem os nossos comentários sobre os defeitos do veredicto, e confirmou-o", comentou outro dos advogados do arguido, Alexei Mirochnichenko.
"O seu estado de saúde não se alterou desde o julgamento em primeira instância, sente-se bastante bem.Visitámo-lo no centro de detenção preventiva, está em Syzran (região de Samara, no Volga)", afirmou Kchevitski, acrescentando que escreve cartas aos seus pais nos Estados Unidos.
"Está proibido de escrever em inglês e tem de pedir ajuda para escrever em russo", disse Mirochnichenko.
Woodland, 32 anos, tinha dito à imprensa russa, alguns anos antes do caso, que nasceu na região russa de Perm (Urais) e foi adotado por uma família norte-americana em 1993, antes de regressar à Rússia em 2020.
Nos últimos anos, vários cidadãos norte-americanos foram detidos e condenados a longas penas de prisão na Rússia, com Washington a acusar frequentemente Moscovo de o fazer para os trocar por russos detidos nos Estados Unidos, em plena confrontação sobre o conflito na Ucrânia.
Em agosto, o repórter norte-americano Evan Gershkovich, a jornalista russo-norte-americana Alsu Kurmasheva e o antigo fuzileiro naval Paul Whelan, todos detidos na Rússia, foram libertados no âmbito da maior acordo de troca de prisioneiros entre russos e ocidentais desde o fim da Guerra Fria.
Em dezembro de 2022, a jogadora de basquetebol norte-americana Brittney Griner, condenada na Rússia por tráfico de 'canabis', foi também trocada por Viktor Bout, um traficante de armas russo detido nos Estados Unidos.
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