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Suécia. Militante de extrema-direita condenado 4 meses por queimar Corão

Um militante de extrema-direita sueco-dinamarquês, Rasmus Paludan, foi hoje condenado a quatro meses de prisão por incitação ao ódio em duas ações de protesto em 2022, durante as quais queimou exemplares do Corão.

Suécia. Militante de extrema-direita condenado 4 meses por queimar Corão
Notícias ao Minuto

05/11/24 15:45 ‧ Há 8 Horas por Lusa

Mundo Suécia

Nesse ano, Paludan causou tumultos na Suécia ao queimar exemplares do Corão, por ocasião de uma chamada "digressão anti-Islão" pelo país.

 

O Ministério Público enviou-o a julgamento por "agitação contra um grupo étnico" durante uma manifestação em Malmö, em abril de 2022, durante a qual profanou o Corão queimando-o e emitiu comentários depreciativos sobre os muçulmanos.

Foi também julgado por proferir declarações depreciativas sobre árabes e africanos.

O Tribunal Distrital de Malmö decidiu que Paludan "tinha expressado desprezo pelos muçulmanos, entre outros, em comícios e que as suas ações não podiam ser aceites como críticas ao Islão ou como uma campanha política".

"É permitido criticar publicamente, por exemplo, o Islão e até os muçulmanos, mas o desprezo por um grupo de pessoas não deve claramente ultrapassar os limites de um discurso pertinente e responsável", afirmou o juiz Nicklas Söderberg, num comunicado.

"Nestes casos, não houve um discurso desse tipo. Pelo contrário, as declarações tinham simplesmente por objetivo difamar e insultar os muçulmanos", acrescentou.

Rasmus Paludan foi, portanto, considerado culpado e condenado a quatro meses de prisão.

O militante de extrema-direita negou as acusações, afirmando que estava a fazer campanha pelo seu pequeno partido Stram Kurs e que se limitou a criticar o Islão.

À agência de notícias sueca TT, Paludan anunciou que pretende recorrer da sentença.

Após a sua digressão pela Suécia, Rasmus Paludan desencadeou grande turbulência internacional ao queimar o Corão em frente à embaixada da Turquia em Estocolmo, em janeiro de 2023.

O incidente provocou tensões nas relações entre os dois países, numa altura em que a Turquia estava a obstruir a adesão da Suécia à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

As relações entre Estocolmo e vários países muçulmanos deterioraram-se ainda mais depois de um refugiado iraquiano, Salwan Momika, ter profanado várias vezes exemplares do Corão no verão de 2023, na Suécia.

Salwan Momika e outro profanador do Corão, Salwan Najem, serão também julgados por "incitação ao ódio" e o julgamento deverá realizar-se em janeiro próximo.

O Governo sueco condenou a queima do livro sagrado do Islão no seu território, mas sublinhou a importância da liberdade de expressão e de reunião.

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