NATO quer discutir com Trump ligação russa a Pyongyang, Teerão e Pequim
O secretário-geral da NATO anunciou hoje querer discutir com o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o reforço de laços da Rússia com a Coreia do Norte, o Irão e a China contra a Ucrânia.
© SIMON WOHLFAHRT/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia
"Estou ansioso por me sentar com o Presidente Trump e ver como vamos fazer enfrentar conjuntamente esta ameaça", disse Mark Rute à chegada à cimeira da Comunidade Política Europeia, que reúne cerca de 40 líderes em Budapeste para debater "as crises" europeias, num contexto de mudanças políticas nos Estados Unidos.
"Agora que os [militares] norte-coreanos estão destacados na Rússia, vemos que cada vez mais a Coreia do Norte, o Irão, a China e, claro, a Rússia estão a colaborar e a trabalhar em conjunto contra a Ucrânia", acrescentou.
Rutte manifestou preocupação pelo facto de a Rússia ter recorrido ao apoio da Coreia do Norte em troca de fornecer tecnologia a esse país, o que, na sua opinião, "ameaça o futuro" tanto da Europa como dos Estados Unidos e dos países do Indo-Pacífico.
"Estes são novos desenvolvimentos realmente perigosos e temos de falar sobre eles hoje", reiterou.
Na sua opinião, se Moscovo tivesse tido sucesso na Ucrânia, "teríamos uma Rússia encorajada" na fronteira da Europa e reforçada pela "enorme força de defesa ucraniana e pelo engenho do povo ucraniano".
"Isto seria uma ameaça não só para a Europa, mas também para os Estados Unidos. E é por isso que temos de trabalhar, em conjunto. Não só relativamente à ameaça da Rússia, mas também do facto de estes quatro países trabalharem juntos", enfatizou.
O responsável da NATO alertou ainda que, "muito em breve, os próprios Estados Unidos também estarão sob a ameaça destes últimos avanços tecnológicos graças ao facto de a Rússia ter dado os seus mais recentes conhecimentos e tecnologia à Coreia do Norte".
Rutte lembrou também que o Presidente eleito dos Estados Unidos incentivou, durante o seu primeiro mandato, que todos os membros da NATO, a aliança militar entre norte-americanos e europeus, passassem a cumprir a regra de canalizar 2% do seu Produto Interno Bruto para a organização militar de defesa.
Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, trabalhou "muito bem com ele [quando era primeiro-ministro dos Países Baixos] porque é muito claro sobre o que quer. Entende que é preciso negociar para chegar a posições comuns. E acho que o podemos fazer", referiu.
Durante a sua campanha eleitoral, Trump ameaçou a Europa com várias intenções - desde começar uma guerra comercial até retirar os Estados Unidos dos compromissos da NATO, passando por uma mudança no apoio à Ucrânia - que podem ter um impacto significativo para todos os países do continente.
A primeira administração Trump (2017-2021) impôs tarifas sobre o aço e o alumínio da União europeia em 2018, com base na alegação de que os produtos estrangeiros, mesmo que produzidos por aliados, eram uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Os europeus e outros aliados retaliaram com taxas sobre as motos, o 'bourbon', a manteiga de amendoim e os 'jeans' fabricados nos Estados Unidos, entre outros artigos.
A cimeira da Comunidade Política Europeia é organizada pela atual presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), assumida pela Hungria até ao final do ano, e vai decorrer em Buda peste em paralelo com um Conselho Europeu informal.
O anfitrião da cimeira e grande fã de Trump, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse hoje que já falou com o novo Presidente norte-americano, anunciando haver "grandes planos para o futuro!".
Leia Também: Tropas norte-coreanas na Europa são "expansão perigosa do conflito"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com