Presidência russa evita questão sobre presença de forças norte-coreanas
A presidência russa (Kremlin) voltou hoje a fugir à questão da presença de soldados norte-coreanos na Rússia, denunciada pela Ucrânia, Estados Unidos e Coreia do Sul, remetendo a questão para o Ministério da Defesa.
© REUTERS/Evgenia Novozhenina/File Photo
Mundo Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assegurou na quinta-feira que soldados norte-coreanos estavam a combater na região russa de Kursk, parte da qual está ocupada pelas forças ucranianas, e tinham sofrido baixas.
Questionado sobre estas afirmações, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, remeteu a questão para o Ministério da Defesa, que, por princípio, nunca responde a pedidos de jornalistas ocidentais, segundo a agência francesa AFP.
"Trata-se de uma questão diretamente ligada à condução da operação militar especial [na Ucrânia], que deve, portanto, ser colocada ao Ministério da Defesa", respondeu Peskov, sem negar que o envio de tropas norte-coreanas constituiria uma escalada internacional do conflito.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na quinta-feira que não excluiria a possibilidade de realizar exercícios militares conjuntos com a Coreia do Norte.
"Veremos, podemos organizar exercícios. Porque não?", afirmou Putin ao discursar no Clube Valdai na estância balnear russa de Sochi.
A Rússia e a Coreia do Norte assinaram recentemente um tratado de defesa mútua que prevê uma "assistência militar imediata" recíproca em caso de ataque a um dos dois países por parte de outro Estado.
Os dois países aproximaram-se consideravelmente desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A Coreia do Norte é acusada por Kiev e os seus aliados ocidentais de fornecer grandes quantidades de projéteis e mísseis à Rússia.
A Ucrânia lançou em agosto uma ofensiva em território russo, ocupando parte da região de Kursk, junto à fronteira entre os dois países.
A Coreia do Sul considera que a presença de soldados norte-coreanos na Rússia constitui uma ameaça à sua segurança.
Seul tem alertado para a possibilidade de Moscovo transferir tecnologia militar, incluindo nuclear, para a Coreia do Norte em troca do envio de soldados, possibilitando a modernização das forças armadas norte-coreanas.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, apelou esta semana para a adoção de medidas contra a "cooperação militar ilegal" entre a Coreia do Norte e a Rússia, que disse representar uma ameaça à segurança da Coreia do Sul.
A Coreia do Norte e a Rússia não confirmaram explicitamente o destacamento norte-coreano, mas argumentaram que a sua cooperação militar está em conformidade com as leis internacionais.
Se lutarem contra as forças ucranianas, será a primeira participação da Coreia do Norte num conflito de grande escala desde o fim da Guerra da Coreia de 1950-53, que dividiu a península da Ásia Oriental.
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