Ataque aéreo contra salão de chá causa 11 mortos na Birmânia
Onze pessoas morreram hoje num ataque aéreo do exército contra um salão de chá na cidade de Naungcho, no norte do Estado de Shan, segundo a porta-voz de um grupo opositor.
© STR/AFP via Getty Images
Mundo Birmânia
"Havia civis que tinham vindo beber chá e que se tinham sentado no estabelecimento", disse Lway Yay Oo, porta-voz do Exército de Libertação Nacional Ta'ang (TNLA), um dos grupos rebeldes que tem lutado contra o governo birmanês.
Pelo menos quatro civis ficaram feridos e foram hospitalizados, acrescentou a mesma fonte.
O ataque ocorreu numa altura em que a junta militar, formada após um golpe de Estado em 2021, enfrenta uma oposição armada generalizada e os militares são acusados de excessos mortais, incluindo o uso de bombardeamentos aéreos e fogo de artilharia para punir civis.
Este ataque é a mais recente violação, por parte dos generais no poder, de um cessar-fogo com a aliança de grupos rebeldes negociado por Pequim e assinado em janeiro, após meses de combates que deslocaram mais de meio milhão de pessoas, perto da fronteira sul da China.
O acordo permitiu que os rebeldes conservassem grandes extensões de território que tinham conquistado no Estado de Shan, que faz fronteira com a China e alberga um mosaico de grupos étnicos rebeldes e milícias.
Esta região tem sido palco de uma ofensiva coordenada por três grupos insurrectos, incluindo o TNLA, desde outubro de 2023, e os combates recomeçaram em junho.
Na semana passada, o líder da junta, Min Aung Hlaing, afirmou durante uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que o exército estava pronto para a paz se os grupos rebeldes se comprometessem a fazê-lo.
A China tem sido um dos principais fornecedores de armas ao governo militar e tem apoiado politicamente o regime birmanês.
No espaço de um ano, a junta perdeu terreno considerável na região para a coligação de rebeldes do TNLA, do Exército da Aliança Democrática Nacional de Myanmar (MNDAA) e do Exército Arakan (AA).
Os rebeldes apoderaram-se do comando militar regional e assumiram o controlo do comércio através da fronteira.
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