A tornarem-se "regulares". Comissário pede preparação para fenómenos
O comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, admitiu hoje que os fenómenos meteorológicos extremos estão a tornar-se "ocorrências regulares" na União Europeia (UE), pedindo que a próxima Comissão Europeia aposte na preparação.
© Reuters
Mundo Janez Lenarcic
"Estive perante o plenário desta assembleia [europeia] em setembro, na sequência das inundações devastadoras na Europa Central e agora, apenas dois meses depois, estou aqui novamente na sequência das trágicas inundações em Espanha. [...] De facto, desde o início do meu mandato como comissário para a Gestão de Crises, aquilo a que estamos a assistir na Europa é a um aumento acentuado de fenómenos meteorológicos extremos devastadores", disse Janez Lenarcic, na minisessão do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Intervindo perante os eurodeputados num debate sobre as recentes inundações na região espanhola de Valência, o responsável elencou que, "para além dos incêndios florestais [como em Portugal], a Europa tem sido afetada por repetidas inundações na Alemanha e na Bélgica, há três anos, na Eslovénia e em Itália no ano passado".
"Recentemente em França, na Polónia, na República Checa e agora em Espanha, aquilo que costumava ser estatisticamente um acontecimento único na vida está agora a tornar-se uma ocorrência regular", assinalou.
Vincando lamentar a "tragédia em Espanha", Janez Lenarcic defendeu que se "olhe para o futuro".
"Temos de garantir que estamos preparados para a próxima catástrofe porque já estamos a viver na era da crise. [...] Para além de reduzirmos as emissões de gases com efeito de estufa, temos de reforçar a nossa capacidade de preparação através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil para garantir que [este instrumento] está à altura dos desafios que se avizinham, incluindo o financiamento adequado", disse, apelando à ação do próximo colégio de comissários do executivo comunitário e da sua sucessora, a belga Hadja Lahbib.
Além disso, "esta capacidade de resposta acrescida deve também ser acompanhada de esforços mais fortes em matéria de preparação, prevenção e reforço da resiliência, porque a preparação é um investimento no futuro", adiantou Janez Lenarcic.
Pelo menos 217 pessoas morreram em Espanha, sobretudo na região de Valência, devido às inundações que assolaram o leste do país, continuando várias dezenas de pessoas desaparecidas, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.
Duas semanas após as inundações, ocorridas a 29 de outubro, continuam os trabalhos de limpeza das zonas afetadas e sucedem-se os alertas e recomendações às populações por temor a problemas de saúde pública.
Na terça-feira, a região espanhola de Valência ficou de novo sob aviso por possibilidade de chuvas intensas, com as autoridades a alertarem para o colapso das sarjetas e sistemas de saneamento.
Os serviços meteorológicos de Espanha emitiram um aviso laranja (o segundo mais grave) para várias regiões da Comunidade Valenciana, por causa de uma nova DANA, uma "depressão isolada em níveis altos" (conhecida como DINA em português).
Além das vítimas mortais, o temporal de outubro causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes. Nas zonas afetadas permanecem mais de 7.000 militares e 10.000 elementos da Polícia Nacional e da Guarda Civil.
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