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Israel destrói aldeia em foco na luta da minoria beduína por terra

As autoridades israelitas concluíram quinta-feira a demolição de uma aldeia no deserto de Negev, de membros da minoria beduína árabe do país que estavam contra os planos de deslocalização.

Notícias ao Minuto

15/11/24 06:46 ‧ Há 3 Horas por Lusa

Mundo Médio Oriente

Israel diz que centenas de aldeões ocupavam terras estatais e que as autoridades lhes ofereceram terrenos num município beduíno próximo.

 

Os residentes da aldeia, Umm al-Hiran, acusam as autoridades de os deslocar à força para que a terra possa ser utilizada em favor da maioria judaica de Israel.

O ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben-Gvir, celebrou a medida, publicando na rede social X que houve um aumento de 400% na emissão destas ordens de demolição até agora este ano.

"Orgulho de liderar uma política forte de demolição de casas ilegais no Negev", realçou o político de extrema-direita.

Escavadoras israelitas entraram na aldeia de 400 habitantes no deserto de Negev e demoliram o último edifício que estava de pé, a mesquita.

Os moradores desmantelaram as suas casas improvisadas no início desta semana para evitar o pagamento de taxas para o estado as demolir.

Vídeos partilhados por ativistas e pela polícia mostraram uma escavadora a destruir a mesquita, com a sua cúpula a cair no chão.

Ou Hanoch, um ativista israelita que testemunhou a demolição, referiu que 'drones' e helicópteros sobrevoavam o local enquanto sete escavadoras da polícia demoliam o que restava da aldeia.

"Depois de a mesquita ter sido demolida, o resto da maquinaria pesada começou a destruir novamente o resto das casas, que já estavam demolidas", contou Hanoch.

Três membros do conselho da aldeia foram hoje detidos, antes do início da demolição, sublinhou Nati Yefet, porta-voz do Conselho Regional para as Aldeias Não Reconhecidas no Negev.

O conselho acusou Israel de limpar o terreno para a construção de uma comunidade judaica.

"A destruição de Umm al-Hiran para abrir caminho ao povoamento de Dror faz parte de um programa sistemático de substituição populacional no Negev", destacou.

Quatro outras aldeias beduínas foram demolidas este ano como parte de um plano mais vasto para arrasar aldeias não reconhecidas e construir novas comunidades judaicas no seu lugar, vincou ainda.

O conselho alertou também que 14 aldeias da região que albergam cerca de 9 mil beduínos estão em risco de demolição.

A Umm al-Hiran foi fundada na sua localização atual em 1956, depois de os militares israelitas terem realojado o clã da aldeia várias vezes após a guerra de 1948 que levou à criação de Israel.

Os mais de 200 mil beduínos de Israel são os membros mais pobres da minoria árabe do país, que inclui também as comunidades urbanas cristãs e muçulmanas.

A população árabe de Israel, que representa cerca de 20% dos 10 milhões de habitantes do país, é constituída por cidadãos com direito de voto, mas sofre frequentemente discriminação e tende a identificar-se com os palestinianos na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza.

Leia Também: Demolições executadas por Israel em Jerusalém Oriental causam indignação

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