Combate à fome, instituições e transição energética em discussão no G20
Os líderes das principais economias reúnem-se a partir de segunda-feira no Brasil para a cimeira do G20, na qual vão discutir reformas das instituições internacionais, transição energética e adesão a uma aliança contra a fome.
© MAURO PIMENTEL/AFP via Getty Images
Mundo G20
As reuniões de segunda-feira e terça-feira no Rio de Janeiro serão presididas pelo chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, país que este ano assumiu a liderança do grupo das 20 maiores economias do mundo, que agregam cerca de dois terços da população mundial, 85% do PIB e 75% do comércio internacional.
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, são esperados representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal - país convidado pelo Brasil -, que será representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, Angola e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Entre os principais líderes que estarão no Museu de Arte Moderna (MAM) destaca-se o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping. Ambos terão agendas paralelas, com Biden a deslocar-se antes à capital amazónica de Manaus e com Xi a visitar Brasília para um encontro com Lula da Silva, um dia após terminar a cimeira.
O principal ausente será o Presidente russo, Vladimir Putin, representado pelo seu chefe da diplomacia, Sergei Lavrov, já que o Tribunal Penal Internacional (TPI) tem um mandado de prisão contra Putin pelos crimes de guerra no conflito na Ucrânia.
Ao longo dos dois dias serão realizadas três reuniões que correspondem às três prioridades estabelecidas pela presidência brasileira: inclusão social e luta contra a fome e a pobreza, reforma da governança global e transição energética e desenvolvimento sustentável.
"Eu posso adiantar que teremos um número muito significativo de adesões", afirmou o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, durante uma conferência de imprensa em Brasília, reforçando que o objetivo da iniciativa é acelerar o progresso na eliminação da fome e na redução da pobreza, superando as metas estabelecidas na Agenda 2030.
A 08 de novembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, declarou que Portugal se associa à Aliança do G20 Contra a Fome e a Pobreza como membro fundador e que o faz "com grande empenho e entusiasmo".
Após o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, os líderes debaterão a inclusão social.
Na segunda-feira, será ainda discutida a reforma da governança global.
"Haverá o debate sobre a reforma das instituições de governança global, o que significa a reforma da principal organização política internacional, a ONU, reforma das instituições financeiras internacionais, basicamente nascidas com Bretton Woods, como é o caso do Banco Mundial e do FMI, e também a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC)", resumiu o embaixador brasileiro.
Na terça-feira o dia arranca com a discussão sobre desenvolvimento sustentável e transição energética e de seguida a sessão de encerramento da Cimeira e a passagem da presidência do Brasil para a África do Sul, que preside o G20 a partir de dezembro. Para além disso, é esperada uma declaração de líderes, que poderá ou não ser consensual.
De acordo com o embaixador Mauricio Lirio é "prevista uma mensagem sobre a promoção da paz nos conflitos globais, especialmente a guerra na Ucrânia e a questão da Palestina".
"É a mensagem de que precisamos, chegar à paz em relação não só a este conflito, mas a todos os conflitos, que, aliás, reforça a prioridade brasileira de reforma para a governança global", reforçou.
A diplomacia brasileira considera fundamental que o mundo concentre a "atenção política e recursos financeiros, naquilo que deveriam ser os objetivos mais altos da comunidade internacional, que é o combate à pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável, inclusive ao combate à mudança do clima".
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