O Líbano e o Hezbollah concordaram com proposta dos EUA para um cessar-fogo com Israel, com alguns comentários sobre o conteúdo, disse à Reuters um alto-funcionário libanês. Deverá tratar-se do esforço mais sério para fim dos combates até ao momento.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, instou esta segunda-feira a comunidade internacional a terminar com os ataques israelitas contra o Líbano aplicando as resoluções internacionais aprovadas para o efeito.

"Todos os países e líderes políticos devem pôr fim à sangrenta e destrutiva agressão israelita contra o Líbano e implementar resoluções internacionais, em primeiro lugar a Resolução 1701", frisou o governante na sua conta oficial na rede social X.

Além desta reação por parte do Líbano, a agência Reuters avançou que o Hezbollah concordou com uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo com Israel.

"O Líbano apresentou os seus comentários sobre o documento numa atmosfera positiva. Todos os comentários que apresentámos afirmam a adesão precisa à Resolução 1701 [da ONU] com todas as suas provisões", afirmou Ali Hassan Khalil, assessor do presidente do Parlamento Nabih Berri, citado pela mesma agência.

Para já ainda não houve qualquer reação de Israel.

A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas pôs fim à guerra de 2006 entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah e entre os seus objetivos está "garantir a segurança e a estabilidade duradoura no sul do Líbano" e em todo o país, que tem estado sob ataque da aviação israelita desde o final de setembro.

Este pedido surge no mesmo dia em que o Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês instruiu a sua missão permanente junto das Nações Unidas para apresentar uma nova queixa ao Conselho de Segurança da ONU por "repetidos ataques israelitas" contra o Exército libanês, que não intervém no conflito entre o Estado judeu e o grupo pró-iraniano Hezbollah.

Um novo bombardeamento das forças israelitas provocou hoje pelo menos quatro mortos e outros 18 feridos, depois de um drone israelita ter atacado um edifício residencial na zona central de Zuqaq al Blat, em Beirute, no terceiro ataque israelita em dois dias contra a capital libanesa.

As autoridades libanesas reportaram mais de 3.500 mortos e quase 15.000 feridos desde o início das hostilidades entre Telavive e o Hezbollah, em 08 de outubro de 2023.

Desde o início da ofensiva terrestre israelita no sul do Líbano, no início de outubro, tem aumentado também o lançamento de 'rockets' e drones reivindicados pelo grupo xiita libanês pró-Irão Hezbollah contra as comunidades fronteiriças e também contra outros pontos mais distantes da linha divisória, como Haifa e mesmo Telavive.

Um ataque com míssil lançado desde o Líbano atingiu hoje um edifício de quatro andares em Shfaram, cidade no norte de Israel, causando um morto e dez feridos.

Com a vítima de hoje, sobe para 77 o número de mortos em território israelita devido aos ataques lançados a partir do Líbano, dos quais 46 eram civis (6 destes estrangeiros).

O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado (a 07 de outubro de 2023) uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

[Notícia atualizada às 23h08]

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