Nuno Melo apoia uso "defensivo" de armas pela Ucrânia em território russo
Ministro da Defesa Nacional defendeu que "tudo o que seja defensivo significa salvar vidas e ganhar com maior facilidade uma guerra".
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País Guerra na Ucrânia
O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, acenou positivamente com um eventual uso de armas dadas à Ucrânia pelo Ocidente em território russo, desde que seja num "esforço defensivo".
"Aquilo que sejam ações defensivas implicam na utilização de armas isso mesmo, que a Ucrânia tenha a possibilidade de se defender", disse o ministro à margem do Fórum Schuman de Defesa e Segurança, em Bruxelas, Bélgica.
Nuno Melo utilizou um exemplo prático para ilustrar a sua opinião: "Se tiver colocadas peças de artilharia em território de fronteira russo, por exemplo, que estão a ser utilizadas para assassinar ucranianos, para destruir cidades, para atingir alvos civis, nomeadamente, as armas não devem ser utilizadas do lado ucraniano para destruir estas peças de artilharia?".
"Parece-me evidente que poderão ser, numa perspetiva que é a minha, não quero com isso vincular o Governo", esclareceu o ministro da Defesa Nacional, assumindo uma posição semelhante à do presidente francês, Emmanuel Macron, que defendeu "permitir que [os ucranianos] neutralizem os locais militares a partir dos quais a Ucrânia é atacada".
Questionado sobre se esta é uma exigência explícita no acordo assinado entre Portugal e a Ucrânia, que envolve o envio de 126 milhões de euros em ajuda militar, Nuno Melo remeteu esclarecimentos para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. "Sou ministro da Defesa e por isso não tenho nenhuma pretensão de me substituir ao ministro dos Negócios Estrangeiros nessa avaliação, que, de resto, foi claríssima", acrescentou.
Perante a insistência dos jornalistas para esclarecer a sua opinião sobre o uso de armas em alvos dentro do território russo, Nuno Melo acenou positivamente, sempre que seja no âmbito de um "esforço defensivo".
"Tudo o que seja defensivo significa salvar vidas e ganhar com maior facilidade uma guerra, que é o que suponho que todos nós desejamos, no que tem que ver com a Ucrânia, num conflito em que o agressor é a Rússia", concluiu.
O acordo de cooperação e segurança assinado com a Ucrânia, na terça-feira, prevê o compromisso de Portugal fornecer a Kyiv apoio militar de pelo menos 126 milhões de euros este ano, incluindo contribuições financeiras e em espécie.
Neste acordo assinado em Lisboa, em São Bento, entre o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que tem um horizonte de dez anos, salienta-se também que "Portugal contribuirá com apoio militar adicional para a Ucrânia, incluindo aquele a acordar no quadro da União Europeia, da NATO e de outros fora internacionais relevantes".
"Desde 2022, Portugal apoiou de forma abrangente a Ucrânia, bilateralmente e através da União Europeia e da NATO, através do fornecimento de equipamento militar letal e não letal, incluindo carros de combate Leopard 2A6, sistemas de veículos aéreos não tripulados (UAV), veículos blindados de transporte de pessoal M113, veículos blindados de socorro e evacuação médica M577, e outro equipamento militar. Portugal é ainda parte da Coligação F-16, da Coligação Internacional de Capacidades Marítimas, e dos programas de aquisição conjunta de munições de grande calibre liderados pela República Checa e pela Agência Europeia de Defesa", refere-se no documento.
[Notícia atualizada às 14h21]
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