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Português detido pelo Grupo Wagner na República Centro-Africana

Cidadão luso-belga foi detido por suspeitas de estar envolvido num "complô contra o regime" da República Centro-Africana.

Português detido pelo Grupo Wagner na República Centro-Africana
Notícias ao Minuto

18:11 - 31/05/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País República Centro-Africana

Um cidadão luso-belga foi detido pelo Grupo Wagner na República Centro-Africana por suspeitas de estar envolvido num "complô contra o regime". A notícia foi avançada à agência Lusa e fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou ao Notícias ao Minuto que o "homem já foi ouvido".

"Estamos a acompanhar presencialmente o caso e com meios de subsistência. O número dois da Embaixada [de Portugal] em Kinshasa já o visitou, tal como o cônsul honorário da República Centro Africana", adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que aguarda "desenvolvimentos do caso".

À Lusa, o ministério tutelado por Paulo Rangel revelou que o luso-belga "trabalha para uma organização não-governamental (ONG) norte-americana".

A detenção ocorreu no passado sábado, dia 25 de maio, em Zémio, uma localidade na província de Haut-Mbomou, na fronteira com a República Democrática do Congo. 

A Lusa, que cita o procurador do Ministério Público (MP) centro-africano, Benoit Narcisse Foukpio, adiantou que foi aberto um "processo judicial" contra o detido por alegada "conspiração" contra o Estado em ligação com "grupos armados" rebeldes.

Segundo o Ministério Público, o português "esteve em contacto permanente com vários grupos armados (...) com vista a cometer uma conspiração, [um] atentado contra a segurança interna do Estado e atos de incitamento ao ódio e à revolta contra as forças de defesa e de segurança".

Já de acordo com a imprensa local, o homem "é titular de dois passaportes", português e belga, mas nasceu em Portugal. É funcionário da ONG Family Health International 360 (FHI360) e recolhia junto da população local "informações sobre as operações das milícias locais", que eram depois "fornecidas aos rebeldes que lutam contra essas milícias".

A FHI 360 confirmou à agência France Presse que um dos seus "consultores, que trabalha num programa de desenvolvimento comunitário em Zémio" está "detido pelas autoridades" na RCA.

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