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CP refuta "acusações infundadas" da Lohad sobre Comboio Presidencial

A CP refutou hoje o que classificou de "acusações infundadas" da Lohad quanto à autoria do Comboio Presidencial, após a empresa ter anunciado que iria dar entrada com um processo de dois milhões de euros por usurpação do projeto.

CP refuta "acusações infundadas" da Lohad sobre Comboio Presidencial
Notícias ao Minuto

13:53 - 02/08/24 por Lusa

Economia Comboio Presidencial

"A CP -- Comboios de Portugal tomou conhecimento, através da comunicação social, que a empresa Lohad, através do senhor Gonçalo Castel-Branco, terá enviado um comunicado à imprensa onde, entre insinuações, acusações e falsidades, anunciou ter processado a CP relativamente ao projeto Comboio Presidencial", refere num comunicado a empresa ferroviária.

 

A transportadora adianta que ainda não foi notificada de qualquer processo e esclarece que "nunca teve qualquer parceria ou qualquer relação comercial com a Lohad", mas sim com a empresa Trajetórias & Melodias, também do empresário Gonçalo Castel-Branco.

"O único processo judicial existente é uma ação interposta pela CP contra a Trajetórias & Melodias, Lda., visando cobrar um valor em dívida desde outubro de 2022", refere a transportadora, acusando a Lohad de "desviar atenções, criar ruído mediático e confundir a opinião pública".

Na quarta-feira, a Lohad, antiga empresa dinamizadora do comboio presidencial, disse ter dado entrada com uma ação em tribunal em que pede dois milhões de euros à CP, Museu Nacional Ferroviário e ao 'chef' Chakall, por usurpação e destruição do anterior projeto.

"A Lohad perseguirá todos os meios legais para ver ressarcidos não só os prejuízos reputacionais como os lucros cessantes, num valor de dois milhões de euros - valor que naturalmente deverá crescer caso o projeto CP/Museu/Chakall tenha continuidade", pode ler-se num comunicado enviado às redações.

Hoje, a CP refere que "sempre se pautou pela inovação nos seus produtos e serviços, orgulhando-se de nunca ter comprometido ou usurpado o património intelectual de terceiros".

A empresa liderada por Pedro Moreira reitera ainda o que já tinha referido em novembro de 2023, quando surgiu a primeira contestação da Lohad ao Comboio Presidencial, destacando que "a ideia de comboios que proporcionam experiências gastronómicas não é nova nem exclusiva".

"Tais produtos existem em vários países do mundo e são uma parte estabelecida da oferta turística de várias operadoras ferroviárias, incluindo cerca de uma dezena de exemplos em Espanha", acrescenta.

A CP "refuta categoricamente todas as acusações feitas pela empresa Lohad e pelo senhor Gonçalo Castel-Branco".

Também o 'chef' Chakall, em resposta à Lusa, refere que ainda não foi "notificado de qualquer processo", recusando comentá-lo, mas disse que "só alguém com muita imaginação, desconhecimento ou má-fé pode afirmar" o que foi veiculado pela Lohad.

"Sobre a qualidade do serviço no Comboio Presidencial, nome oficial do comboio, convido-vos a falarem com quem viajou em algumas das viagens que já fizemos ou então a fazerem uma viagem para tirarem as próprias conclusões", aponta ainda.

Já o presidente da Fundação do Museu Nacional Ferroviário, Manuel de Novaes Cabral, disse à Lusa também não ter ainda "informação nenhuma" sobre qualquer processo.

"Não é a primeira vez que aparecem notícias a respeito de putativas ações ou processos", veicula.

O novo projeto, que arrancou em março deste ano, sucedeu ao da Lohad, The Presidential Train, cuja última viagem tinha ocorrido em outubro de 2022.

O comboio original remonta ao Comboio Real de 1890, tendo atravessado a monarquia, a 1.ª República e o Estado Novo com diferentes configurações, tendo como função oficial o transporte dos chefes de Estado. O último serviço oficial remonta aos anos 70 do século XX, ainda antes do 25 de Abril.

Leia Também: Fundador do Comboio Presidencial oficializa processo contra CP e Chakall

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