Caso Bores. "A detenção de animais selvagens é crime e merece condenação"
A Ordem dos Médicos Veterinários pediu "toda a informação" sobre o caso do lince do deserto da Madeira ao IFCN, mas crê que a "atuação dos médicos veterinários que acompanharam o animal foi a correta".
© Ajuda a Alimentar Cães
País lince
O Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Médicos Veterinários solicitou ao Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) "toda a informação" relacionada com a morte do lince Bores, apesar de "crer que a atuação dos médicos veterinários que participaram no acompanhamento do animal selvagem após a sua apreensão foi baseada "no cumprimento dos princípios" da profissão.
Ao Notícias ao Minuto, a Ordem dos Médicos Veterinários recordou que "a detenção de animais selvagens fora do enquadramento da legislação é crime", pelo que deve "merecer condenação por parte da sociedade no seu todo".
"Convém, a este propósito, recordar que o comércio internacional de espécies da fauna e da flora selvagem ameaçadas de extinção é regida pela Convenção de Washington ou CITES. Este é um acordo internacional, onde está incluído Portugal e mais de 182 países, ao qual os países aderem voluntariamente", explicaram, acrescentando que o "tráfico de animais selvagens tem um tremendo impacto na biodiversidade e no número dos efetivos destes animais, sendo altamente rentável para quem se dedica a esse tipo de atividade ilícita".
A Ordem "condena" por isso, "de forma veemente, esse tipo de atividade" e defende que todos deviam também condená-la.
Já sobre a atuação das autoridades, que apreenderam o lince do deserto, os médicos veterinários preferem não comentar, uma vez que não são conhecedores "dos diversos contornos jurídicos que enquadram as várias decisões" tomadas no decorrer do caso e parte do princípio que "todos os intervenientes agiram de boa-fé e transparência de procedimentos, procurando compatibilizar o cumprimento da legislação em vigor e o bem-estar do animal".
Recorde-se que o lince Bores morreu na quarta-feira, dias depois de ser devolvido à família, sedado com um dardo tranquilizante.
De acordo com a associação Ajuda a Alimentar Cães, depois de ser apreendido e retirado à família, que o acolhia há seis anos, o animal ficou "triste" e deixou de reagir a estímulos, algo que piorou depois de ser sedado.
A mesma associação garante que "a família, juntamente com a advogada, já estão a apurar responsabilidades".
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