Cocaína apreendida em Portugal tinha como destino outros países europeus
A Policia Judiciária disse hoje que as cerca de 6,5 toneladas de cocaína apreendidas, numa operação que começou "alguns meses" antes de junho e levou à detenção de três pessoas, não tinha Portugal como destino.
© Lusa
País PJ
Em conferência de imprensa na sede nacional da Polícia Judiciaria (PJ), em Lisboa, o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes adiantou tratar-se de uma rede criminosa transnacional que se dedicava trazer grandes quantidades de cocaína para o mercado europeu.
Segundo Artur Vaz, Portugal não era o destino final da droga apreendida, tendo adiantado que a primeira apreensão aconteceu em junho, com 2.953 quilos de cocaína encontrados num armazém na região de Lisboa. A esta somou-se outra, feita nesta semana, em que foram apreendidos mais cerca de 3.600 quilos.
"O que perfaz, no total destas apreensões, as 6,5 toneladas. Nessa ocasião, a droga chegou a Portugal num contentor, por via marítima, que entrou pelo Porto de Setúbal", adiantou.
De acordo com o responsável, esta droga "tinha por destino outros países do continente europeu", salientando que a responsabilidade por todas estas importações "é de uma rede criminosa transnacional, com ligação a vários países, que tem capacidade para fazer grandes importações de droga e depois distribuir pelo continente europeu".
Artur Vaz apontou que toda a droga apreendida é produzida em países da América Latina.
"Nos últimos anos, temos verificado um aumento muito acentuado da produção da cocaína nos locais de produção e a exportação para vários pontos de todo o mundo, nomeadamente o continente europeu", apontou o responsável pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes.
Artur Vaz destacou que a investigação, e consequentes apreensões, só foram possíveis graças ao "grande empenhamento e dedicação, trabalho contínuo e persistência" das "várias dezenas" de inspetores da Polícia Judiciária envolvidos, além de outras entidades nacionais.
Nesta operação, colaboraram também a Autoridade Tributária e Aduaneira além de terem sido utilizados recursos de autoridades de outros países.
"Trata-se de crime organizado transnacional, que tem de ser combatido em cooperação, em aliança com as autoridades de outros países", defendeu.
Acrescentou que esse trabalho de cooperação tem vindo a ser fortalecido "no sentido de otimizar a troca e a partilha e informação" e para alcançar uma atuação conjunta e coordenada, o que "tem permitido ganhos muito significativos no combate ao tráfico".
"Constatamos que é preciso ir ainda mais além, porque quando falamos deste tipo de grupos criminosos, normalmente falamos de grupos que são muito resistentes e que rapidamente se adaptam às novas situações e que muitas vezes um grupo é desmantelado e é muito rapidamente substituído por outro", apontou.
Relativamente aos crimes em causa, Artur Vaz disse que, além do crime de tráfico de droga, está também em causa associação criminosa e o branqueamento de capitais, tendo em conta que são atividades que "geram elevadíssimos proveitos económicos".
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