Grávida perde bebé de 6 meses após ida ao hospital. IGAS e ERS investigam
Caso aconteceu em Cascais. Casal pondera agora avançar para a Justiça por alegada negligência médica.
© ShutterStock
País Cascais
As autoridades estão a investigar o caso de uma grávida, de 37 anos, que sofreu um aborto às 26 semanas de gestação (cerca de seis meses), a meio de agosto, após ser atendida no Hospital de Cascais.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) confirmou que está a investigar o caso, assim como a ERS.
À SIC Notícias, o casal, que pondera agora avançar com uma queixa na Justiça contra o Hospital de Cascais por negligência médica, disse que, até ao dia em que Daiane sofreu uma perda de sangue e entrou nas Urgências da unidade hospitalar, nunca tinha tido complicações com a gravidez.
16 horas de parto com falta de assistência
Cinco dias depois desse episódio, a mulher, de nacionalidade brasileira, deixou de sentir o bebé e regressou ao hospital de Cascais. O feto não tinha frequência cardíaca. A nota de alta fala em morte por asfixia ou falta de oxigénio.
Além de terem perdido o filho, o casal queixa-se da falta de assistência durante as 16 horas de parto e de nenhum médico ter visto Daiane durante os quatro dias em que esteve internada.
O hospital apenas lhe disse que o acompanhamento psicológico chegaria oito semanas depois.
Já o corpo da Raul, demorou 10 dias a ser entregue aos pais, e o resultado da autópsia ainda nem chegou.
Em resposta à SIC Notícias, o Hospital de Cascais recusou-se a esclarecer se abriu um inquérito interno e se o caso foi comunicado às autoridades.
Esta sexta-feira, o IGAS confirmou então ao Notícias ao Minuto que "instaurou um processo de esclarecimento aos factos relacionados com a assistência prestada a uma utente com seis meses de gestação, assistida no Hospital de Cascais Dr. José de Almeida no dia 16 de agosto de 2024".
O processo tem como objeto "a prestação de cuidados de saúde neonatais na
referida unidade hospitalar".
Entretanto, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), no quadro das suas atribuições, também "instaurou um processo de avaliação" ao atendimento por parte do Hospital de Cascais a esta grávida, pelo que ambas as entidades vão agora "cooperar na investigação do caso".
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