"Nunca pedi dinheiro absolutamente a ninguém", diz ex-autarca de Espinho
O antigo presidente da Câmara Municipal de Espinho é esta quinta-feira ouvido em tribunal sobre a Operação Vórtex.
© Município de Espinho
País operação vórtex
O antigo presidente da Câmara Municipal de Espinho Miguel Reis será ouvido, esta quinta-feira, em tribunal sobre a Operação Vórtex, no âmbito da qual foi constituído arguido.
"Trabalhei com centenas de empreiteiros, nunca pedi dinheiro absolutamente a ninguém. Resolvi dezenas ou centenas de problemas diariamente, seria estranho pedir dinheiro apenas a um empreiteiro", garantiu o ex-autarca em declarações aos jornalistas.
Às portas do Tribunal de Espinho, Miguel Reis disse estar "tranquilo", esperando "que se apure a verdade".
"Há testemunhos contraditórios. Foram relatados inúmeros factos de coisas que nunca aconteceram, estão muito longe da verdade", comentou, garantindo, novamente, que "nunca foi solicitado absolutamente nada a ninguém" e "seria muito estranho solicitar a apenas um empreiteiro".
O antigo autarca Miguel Reis está acusado de quatro crimes de corrupção passiva e de cinco de prevaricação.
A primeira sessão de julgamento, que pertence ao Tribunal de Santa Maria da Feira mas que irá decorrer no Tribunal de Espinho, devido ao elevado número de intervenientes processuais, está agendada para as 9h30.
Em causa estão atos de corrupção alegadamente praticados por dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira, num processo que tem mais seis arguidos singulares e cinco empresas, relacionado com projetos imobiliários e licenciamentos urbanísticos.
A Operação Vórtex centra-se em "projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".
O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra os oito arguidos e as cinco empresas, tendo quatro dos arguidos requerido a abertura de instrução, mas o Tribunal de Instrução Criminal do Porto decidiu levar todos a julgamento, praticamente nos exatos termos da acusação, diminuindo apenas o número de crimes quanto a uma das empresas.
Pinto Moreira responde por dois crimes de corrupção passiva, um de tráfico de influência e outro de violação das regras urbanísticas, e o empresário Francisco Pessegueiro está acusado de oito crimes de corrupção ativa, um de tráfico de influência, cinco de prevaricação e de dois crimes de violação das regras urbanísticas.
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