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Autarca de Águeda alerta para risco de chamas chegarem a outros concelhos

O presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, apelou hoje à canalização de meios para combater o incêndio que lavra no município, alertando para o risco de as chamas passarem para os concelhos vizinhos de Anadia, Mortágua e Tondela.

Autarca de Águeda alerta para risco de chamas chegarem a outros concelhos
Notícias ao Minuto

16:18 - 18/09/24 por Lusa

País Incêndios

"Temos um fogo que sobrou de Sever do Vouga, que entrou no nosso concelho de madrugada, em Lourizela, e que tem um potencial incrível para ser uma coisa brutal", disse à Lusa o autarca, pelas 15h30.

 

Jorge Almeida disse que, neste momento, há "muitos bombeiros mobilizados para o local", auxiliados por seis aviões canadair e máquinas de rasto, mas teme que isso não seja suficiente.

"Esta é a nossa janela de oportunidade para agir. Precisamos indiscutivelmente de estruturação de trabalho, de sermos eficazes (...) O dia só tem mais algumas horas e se houver o vento noturno, como foi costume, os meus prognósticos são péssimos", afirmou o autarca.

O autarca avisou que se foram ultrapassadas "determinadas margens" o fogo "vai parar muito longe e daqui a alguns dias", alertando para o risco de o incêndio galgar as fronteiras do município e passar para os concelhos de Anadia, no distrito de Aveiro, e Mortágua e Tondela, no distrito de Viseu.

"É uma mancha florestal incrível. Neste momento tenho alguns focos de incêndio às portas da cidade e estou focado numa coisa que está a mais de 20 quilómetros do centro da cidade", vincou.

Jorge Almeida criticou também a decisão do delegado de saúde local que, "de forma unilateral e sem falar com ninguém", mandou encerrar as escolas do concelho.

"Tenho as escolas fechadas e tenho um ar límpido aqui em Águeda, e tenho pessoas que estavam a trabalhar que tiveram de ir para casa cuidar dos filhos", observou.

O autarca disse ainda estar "fortemente chateado", com aquilo que disse ser "um caos", no que diz respeito à problemática dos incêndios florestais e da gestão das florestas em Portugal.

"Isto não é um problema deste ou do anterior governo. Os grandes partidos têm que se unir na criação de soluções para este tipo de problemas. É uma necessidade absoluta que temos de avançar com medidas que efetivamente mudem este estado de coisas", concluiu.

Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.

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