Debate do OE entre PSD e PS "é incompreensível" e "diz pouco às pessoas"
Catarina Martins percebe as "diferenças ideológicas" entre o Governo e o PS, mas critica os partidos por não esclarecerem o que o documento vem trazer à vida dos portugueses.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Política Catarina Martins
A eurodeputada e ex-coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, criticou esta segunda-feira o Governo e o PS por estarem a debater o "ponto percentual do IRC" e não deixarem claro as consequências que o Orçamento do Estado para 2025 traz à vida dos portugueses.
"É um debate que para a maior parte das pessoas é incompreensível. Enquanto PSD e PS debatem este ponto percentual do IRC, a maior parte das pessoas pergunta-se o que é que este Orçamento do Estado traz à sua vida. Então e os salários, as urgências, a escola? Há um país inteiro que acompanha este debate com a maior das perplexidades porque não vê nada ser debatido que tenha a ver com as suas vidas", afirmou Catarina Martins no programa da SIC Linhas Vermelhas.
A ex-coordenadora do BE considerou que este debate, pouco explícito, "interessa muito" ao Governo, enquanto Pedro Nuno Santos, por sua vez, "se sente mesmo confortável com esta situação de pântano que à vida das pessoas diz muito pouco".
Já a ex-deputada do CDS Cecília Meireles vê a contraproposta do PS como "inaceitável" e critica a Esquerda por dar a entender que o IRC é um "imposto sobre as grandes empresas".
"Parece que para algumas pessoas em Portugal as boas empresas são as que dão prejuízo. O IRC não é imposto sobre as grandes empresas, é sobre qualquer empresa que tenha lucros. O que quero é que as empresas tenham lucro e cada vez maior dimensão", esclareceu Cecília Meireles.
A descida do IRC está entre os principais pontos de discordância entre PS e PSD, na discussão do Orçamento do Estado para 2025.
Com a atual composição do Parlamento, onde PSD e CDS não têm maioria absoluta, o OE2025 pode ser aprovado, à Esquerda, com a abstenção do PS ou, à Direita, com os votos dos 50 deputados do Chega. Luís Montenegro não deu sinais, até agora, de um entendimento à Direita.
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