Surto de mpox mantém-se ativo em Portugal. Detetado novo caso em outubro
Em Portugal, desde 2022, foram identificados três surtos, perfazendo, até 31 de outubro, um total de 1.208 casos confirmados, incluindo dois óbitos no primeiro surto.
© Carlos Lujan/Europa Press via Getty Images
País DGS
Portugal registou um novo caso de monkeypox (mpox) em outubro, mantendo-se ativo o surto detetado em junho, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O mais recente balanço divulgado pela DGS indica que, desde 1 de junho deste ano e 31 de outubro (período do surto ativo), foram notificados 11 casos - um novo registado no mês de outubro.
Todos os casos são do sexo masculino e a idade varia entre os 21 e os 50 anos, estado a mediana nos 34 anos, segundo a autoridade de saúde.
Dos casos confirmados, sete foram notificados na região Norte, três em Lisboa e Vale do Tejo e um no Algarve. Dez casos "são homens que tiveram sexo com homens", quatro "estavam vacinados" e quatro "são pessoas que vivem com VIH", indica a DGS.
Considerando os 21 dias anteriores ao início dos sintomas, um caso "refere frequência de saunas", seis "tiveram contactos sexuais com múltiplos parceiros", dois "participaram em atividades de sexo em grupo e/ou anónimo" e dois casos referem "viagem ao estrangeiro".
Recorde-se que o primeiro alerta para a doença data de 03 de maio de 2022, com a confirmação laboratorial pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) de cinco casos do vírus em Portugal, o segundo país a reportar casos de um surto que veio a ser mundial.
Portugal identificou, até então, três surtos de mpox: o primeiro surto entre 03 de maio de 2022 e 27 de março de 2023, com 956 casos confirmados, incluindo dois óbitos em doentes imunocomprometidos; o segundo surto entre 1 de junho de 2023 e 31 de março de 2024 com 241 casos confirmados; e o terceiro surto, ainda ativo, desde 1 de junho de 2024, com 11 casos confirmados até 31 de outubro de 2024.
O INSA tem efetuado a sequenciação de amostras positivas para o vírus, "tendo sido identificadas diferentes linhagens do clade II e subclade IIb". Até à data, "não foram identificadas amostras de casos do clade I" (a variante mais perigosa da doença) ou "subclade Ib".
Desde o início da disponibilidade de vacinas (a 16 de julho de 2022) e 31 de outubro deste ano já foram vacinadas 10.880 pessoas. Das 19.158 inoculações, 17.810 (93%) ocorreram em contexto de pré-exposição.
O mpox transmite-se sobretudo pelo contacto próximo com pessoas infetadas, incluindo por via sexual.
Ao contrário de surtos anteriores, em que as lesões eram visíveis sobretudo no peito, mãos e pés, a nova estirpe causa sintomas moderados e lesões nos genitais, tornando-o mais difícil de identificar, o que significa que as pessoas podem infetar terceiros sem saber que estão infetadas.
O mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo (antigo Zaire), com a propagação do subtipo Clade I (do qual a nova variante é uma mutação), que desde então tem estado principalmente confinado a países da África Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infetados por animais infetados.
Em 2022, uma epidemia mundial do subtipo clade II propagou-se a uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais.
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